O União Brasil foi alvo de investidas durante esta semana por parte do deputado federal Júnior Mano (sem partido). O parlamentar mostrou interesse em se filiar e passar a presidir a sigla no Ceará, função hoje ocupada por Capitão Wagner.
Simultaneamente, uma ala da bancada federal do União Brasil sinalizou apoio à mudança de comando para aproximar o partido do governo Elmano de Freitas (PT).
Após reunião com o presidente nacional, Antonio Rueda, na última quarta-feira, 27, Wagner foi mantido na presidência já vislumbra a possibilidade de filiar uma figura política de impacto: o ex-prefeito de Fortaleza, e ex-adversário do Capitão, Roberto Cláudio.
Ao O POVO, Wagner afirmou que o União Brasil está em negociações para o ingresso de novos membros e que se encontraria com uma "pessoa importante" podendo selar a ida juntamente com um grupo. Apesar de evitar citar nomes para não atrapalhar a negociação, O POVO apurou se tratar do ex-prefeito de Fortaleza e aliados hoje pedetistas.
Desde o início da semana, as conversas sobre uma possível filiação do ex-prefeito ao partido cresceram. Hoje é considerada alta a possibilidade de Roberto Cláudio deixar o PDT para ir ao União Brasil. Há aliados que chegam a dar como certo o movimento.
O convite se extenderia também aos deputados estaduais Antônio Henrique, Queiroz Filho, Cláudio Pinho e Lucinildo Frota. Este último está em tratativas com o Cidadania, portanto, com menos chances de fazer o mesmo caminho dos demais. Ele é adversário do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, nome forte do União Brasil. Para todos os parlamentares com mandato, há o obstáculo da regra de fidelidade partidária. A janela para troca de partido é em 2026.
Adversários em 2016, no pleito para prefeito de Fortaleza, e em 2022, para governador do Ceará, Roberto Cláudio e Capitão se aproximaram durante o segundo turno das eleições em Fortaleza, quando participaram juntos da campanha de André Fernandes (PL) contra Evandro Leitão (PT).
No primeiro ato de campanha em que participaram juntos, Roberto e Wagner estavam na sede do União Brasil com aliados. Os dois chegaram juntos, com Capitão ao volante e o ex-prefeito de passageiro.
Aquele segundo turno gerou fraturas internas no PDT. Após o pleito, Wagner confirmou que convidou RC para se filiar ao União Brasil e a unirem forças pensando já nas eleições de 2026.
Apesar do convite, Wagner defendeu que os líderes de oposição estejam em partidos diferentes, ampliando as possibilidades de agregarem forças.
Além do União Brasil, chegou a ser ventilada a possibilidade de Roberto Cláudio ir para o Podemos, sigla hoje da base estadual, mas que esteve em discussões nacionais sobre troca de comando. O Avante seria outra opção.
Com a aproximação do PDT com Evandro Leitão, movimento puxado pelo presidente nacional interino André Figueiredo, a saída de Roberto Cláudio e aliados é vista como o caminho mais provável desde o fim das eleições.
As opções não são muitas. O União Brasil seria a alternativa viável e de maior envergadura. O PL, de André Fernandes e Carmelo Neto, seria uma mudança mais drástica e exigiria buscar destaque no meio do bolsonarismo. PSDB, Avante e Cidadania têm hoje menos expressão.