O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) informou que o prefeito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo (PSB), o "Braguinha", e a candidata a vereadora Kylvia Maria de Lima Oliveira seguem presos preventivamente. Eles passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira, 2, após serem presos antes de tomarem posse. Ela é suspeita de ser articuladora junto a organização criminosa, que teria influenciado as eleições municipais.
O TRE-CE determinou, no dia 31 de dezembro, as prisões de oito pessoas, com base nos pedidos realizados pela Polícia Federal e a Polícia Civil do Ceará, bem como autorizou a realização de busca e apreensão, além do afastamento de investigados por crimes como participação em organização criminosa armada e lavagem de dinheiro.
A presidência do TRE-CE deferiu os pedidos, considerando existirem "provas e fortes indícios de crimes — ocorridos durante as eleições 2024 em Santa Quitéria". São citados episódios como ameaças diretas a eleitores, pichações ameaçadoras, cancelamento de comícios e eventos de campanha, expulsão de opositores do prefeito reeleito e outras intimidações com fins eleitorais, como represálias violentas contra quem não apoiasse os candidatos do grupo.
Braguinha e a candidata a vereadora, segundo o TRE-CE, seriam os principais beneficiários das ações criminosas e seriam coautores dos crimes, conforme apontam indícios coletados pela investigação.
A defesa do prefeito ressaltou que apenas nesta quinta conseguiu ter acesso ao processo para iniciar os trâmites judiciais. Foram requeridas algumas medidas substitutivas da prisão, como a própria revogação e medidas cautelares substitutivas. É pontuado que por ele estar afastado do cargo, não poderia contribuir para atrapalhar o processo eleitoral nem a ordem pública.
"Não há anexo de causalidade entre a participação do candidato e prefeito José Braga de Barroso com a atuação das facções criminosas. As facções que são de fato uma realidade no Brasil e, no Ceará, não seria diferente. Na verdade, também não há benefício direto à candidatura", apontou ainda a defesa.
Braguinha é acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de envolvimento com uma facção criminosa, que teria coagido eleitores, candidatos e funcionários da Justiça Eleitoral durante o pleito do ano passado.
Como O POVO mostrou na última sexta-feira, 27, a 54ª Promotoria Eleitoral havia solicitado, no último dia 18 de dezembro, a cassação da chapa e a inelegibilidade de Braguinha por oito anos.