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Deputado Júnior Mano se diz perseguido após denúncia sobre emendas
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Deputado Júnior Mano se diz perseguido após denúncia sobre emendas

Inquérito envolve o prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz, que esteve preso e se encontra foragido
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JUNIOR Mano e Bebeto têm diversas postagens juntos nas redes sociais (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram JUNIOR Mano e Bebeto têm diversas postagens juntos nas redes sociais

O deputado federal Júnior Mano (PSB) comentou recentemente as investigações da Polícia Federal (PF) que o apontam como ator com "papel central" num esquema de manipulação eleitoral em 51 cidades do Ceará, por meio de compra de votos e desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares.

Procurado pelo O POVO, o deputado federal Júnior Mano disse que o processo "está em sigilo" e chegou até a pedir detalhes do caso para a reportagem: "Se você tiver informação, me passe. Porque não sei como vazou", pontuou. Em entrevista recente à Rádio Poty, Mano disse ser vítima de perseguição.

"Tenho sido alvo de críticas, fui citado em um processo que corre em sigilo. Não tive nenhuma notificação, mas aqui a gente sabe quem são os atores protagonistas, que não têm voto, e quando essas pessoas não têm voto, vão para a parte sorrateira, de perseguição", disse o parlamentar durante a entrevista.

E seguiu: "Você conhece minha família, de uma origem humilde. Quando a gente se destaca, tem pessoas que torcem contra e fazem maldade para tirar a gente do caminho. Recebo com tranquilidade, confio na justiça de Deus e na justiça dos homens", declarou o deputado.

A investigação da PF mostrou que Junior Mano também participou ativamente do esquema, sendo parte dos recursos envolvidos provindos de emendas parlamentares. O processo corre de forma sigilosa, mas O POVO confirmou que o inquérito foi enviado ao Supremo, devido ao foro privilegiado que o parlamentar possui. A PF não comenta o assunto enquanto não houver manifestação por parte do STF.

O inquérito, assim como um recurso de Bebeto - pedido de revogação de prisão preventiva - foram distribuídos ao gabinete do ministro Gilmar Mendes - vale lembrar que é o ministro Flávio Dino quem cuida do processo das emendas parlamentares, que hoje está no centro dos debates entre o Supremo e o Congresso. Gilmar ordenou, no último dia 23, que a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestasse sobre o caso.

No último dia 26 de dezembro, a prefeita de Canindé/CE, Maria do Rosário Ximenes (Republicanos), afirmou em depoimento ao Ministério Público Eleitoral que Bebeto teria mais de R$ 58 milhões para gastar na região durante as eleições, e que esses valores vinham de emendas parlamentares.

Segundo ela, Bebeto e Junior Mano atuavam conjuntamente na lavagem desse dinheiro em 51 municípios cearenses. Os dois costumam aparecer diversas vezes juntos em postagens nas redes sociais, sempre demonstrando muita proximidade.

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