Nesta quarta-feira, 8, os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 completam dois anos desde os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, protagonizados por apoiadores extremistas do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), inconformados com o resultado da eleição de 2022, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi vitorioso.
A data será marcada por formalidades públicas e simbólicas em alusão ao ato antidemocrático. Desde o episódio, inquéritos correm no Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF) dá prosseguimento às operações contra os envolvidos.
O STF condenou criminalmente 371 pessoas envolvidas nos ataques. Além das prisões, outras 527 pessoas fecharam Acordos de Não Persecução Penal (ANPP), o que permite a aplicação de medidas alternativas. Há 485 apurações em andamento.
Até o momento, os julgamentos se concentraram nas pessoas que incitaram ou executaram os atos golpistas. Os financiadores, autores intelectuais e autoridades públicas envolvidas são investigados em outras frentes pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), os danos materiais causados ao patrimônio público somam mais de R$ 26,2 milhões.
Pelo menos 26 cearenses foram presos por participação dos atos golpistas. A primeira a ser condenada foi Francisca Hildete Ferreira. Ela foi condenada pelo STF a uma pena de 13 anos e 6 meses de prisão, sendo 12 anos de reclusão, começando em regime fechado.
A idosa, então com 60 anos, foi condenada pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de responder por golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Após condenação, Francisca Hildete se juntou ao outro cearense condenado, Wellington Macedo, considerado culpado por participação na tentativa de atentado à bomba próximo ao Aeroporto de Brasília. Ele foi condenado a seis anos de prisão.
Entre os investigados está ainda o também cearense Romário Garcia Rodrigues, que se apresenta como "o primeiro gay nordestino a tomar café da manhã com o (ex-presidente) Jair Bolsonaro". Romário está foragido. Ele é tido como um dos líderes que incentivaram a depredação da Praça dos Três Poderes.
Romário foi visto, pela última vez, na Colômbia, em 3 de dezembro do último ano. O paradeiro é investigado por autoridades do Peru, da Argentina, da Colômbia e do Chile.
Ele chegou a ser preso por dois meses, mas conseguiu sua liberação em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Solto, ele fugiu para a Argentina. (Com Agência Estado)