O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aguarda a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre se terá o passaporte liberado para comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, no próximo dia 20. Filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) articula comitiva de parmanentares brasileiros para ir à posse.
"Muito honrado em receber do Presidente dos EUA, Donald Trump, convite para a sua posse e de seu vice-presidente J.D. Vance, no próximo dia 20 de janeiro. Agradeço a meu filho, o deputado dederal Eduardo Bolsonaro, pelo excelente trabalho nesta relação com a família do Presidente Donald J. Trump. Meu Advogado, Dr. Paulo Bueno, já encaminhou para o ministro Alexandre de Moraes pedido para eu reaver meu passaporte e assim poder atender a este honroso e importante evento histórico", escreveu Bolsonaro no X (antigo Twitter).
O passaporte do ex-presidente está retido em juízo desde 8 de fevereiro de 2024, quando foi alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal para investigar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O ex-chefe do Executivo acabou indiciado ao final das investigações sobre tentativa de golpe. Segundo a PF, enquanto presidente, Bolsonaro "planejou, atuou e teve o domínio" de uma tentativa de reversão do resultado das urnas em 2022.
Até a semana passada, 37 parlamentares haviam demonstrado interesse em acompanhar a cerimônia em Washington, nos Estados Unidos. Duas são cearenses: Mayra Pinheiro (PL-CE) e Dayany Bittencourt (União Brasil-CE). Mayra exercia mandato como suplente até semana passada, quando terminou a licença de André Fernandes (PL), que retornou à Câmara dos Deputados. Mayra é suplente.
Bolsonaro informou ter sido convidado para cerimônia e se disse "muito honrado". Em março de 2024, Bolsonaro solicitou a devolução de seu passaporte ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da tentativa de golpe, afirmando que havia sido convidado pelo primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu para visitar o país em maio. O pedido foi negado. Em recurso julgado pela Primeira Turma do STF em outubro, a retenção do documento foi mantida por unanimidade.
A apreensão do passaporte é uma medida cautelar para evitar que o ex-presidente fuja do País durante o andamento da instrução criminal. Bolsonaro já afirmou, em entrevistas, que se sente "perseguido" pela Justiça e não descarta o refúgio em uma embaixada.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, reclamou nas redes sociais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu aos advogados de Bolsonaro que apresentem o "convite oficial" para a posse.