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Indicação de ex-candidato para cargo na Prefeitura gera conflito no Psol
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Indicação de ex-candidato para cargo na Prefeitura gera conflito no Psol

| PARTIDO | Entrada de Técio Nunes na gestão Evandro Leitão é criticada por filiados, que cobram a saída dele da presidência municipal da legenda. Haverá reunião neste sábado
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TÉCIO Nunes foi candidato a prefeito (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES TÉCIO Nunes foi candidato a prefeito

A indicação de Técio Nunes, presidente do diretório municipal do Psol em Fortaleza, para cargo na Prefeitura de Fortaleza se tornou fico de crise interna no partido. Filiados divulgaram carta na qual afirmam que o partido "não estará na Prefeitura de Fortaleza e seguirá com sua independência". Técio assumiu a Coordenadoria Especial de Políticas sobre Drogas. Ele foi o candidato do Psol a prefeito. No segundo turno, a legenda apoiou o hoje prefeito Evandro Leitão (PT). Técio considerou as críticas "legítimas, porém desproporcionais".

Trecho do documento, que mobiliza assinatura de filiados, pede o afastamento imediato de Técio das instâncias partidárias. Além de integrante do diretório nacional do Psol, ele é presidente da Federação Psol/Rede no Ceará.

Técio disse que o partido se reunirá sábado para decidir se ele segue ou não na presidência da agremiação. "A posição que o partido definir como correta, eu irei respeitar".

A carta foi compartilhada por Ailton Lopes, suplente de vereador pelo Psol e que foi candidatoa governador em 2014, e pela corrente partidária Insurgência Reconstrução Democrática. O deputado estadual Renato Roseno (Psol) também compartilhou.

No texto, há a justificativa de que resolução nacional do Psol determina o afastamento das funções em caso de nomeação de psolistas em governos compostos por partidos da direita neoliberal. A carta cita o MDB, PSDB, União Brasil, Podemos, Avante e Novo como exemplos. Apesar da chapa da Prefeitura ser formada por PT-PSD, o MDB é um dos partidos aliados e União Brasil e Podemos compõem a gestão.

"Destacamos que, por óbvio, isso vale tanto para as e os que venham a assumir lugar na nova Prefeitura quanto para aquelas e aqueles que estão em cargos de segundo e terceiro escalão no Governo do Estado e que, por quaisquer razões, ainda não se afastaram das instâncias de direção partidária", continua.

O documento alega que os signatários tomaram conhecimento da indicação de Técio apenas pela imprensa. "As negociações que levaram à nomeação foram feitas sem consideração nem respeito a qualquer instância partidária", observa a carta, que acrescenta que as instâncias estão "paralisadas e silenciadas, sem reunir, nem debater".

O texto enfatiza que a nomeação é "decisão pessoal" de Técio.

"Todo movimento interno é legitimo, sempre foi uma característica do Psol ser diverso, político e ter suas divergências. As pessoas têm direito de demonstrar suas opiniões. Agora, eu levaria num tom mais respeitoso, sempre busquei fazer assim quando tem divergência. Achei, de certa forma, um tom desmedido, desproporcional por conta da disputa interna", avaliou Técio.

Ao O POVO, Técio lembrou que está no partido desde os 15 anos (tem 35). Ele entende não haver nenhuma resolução partidária que obrigue membros de direção a deixarem os cargos para exercerem funções em governos estaduais.

"O que houve era uma resolução antiga, que versava sobre 2022, especificamente", afirma.

Sobre o cargo, Técio afirma que recebe com muita honra o convite.

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