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Além de Fortaleza e Caucaia, prefeitos no Ceará denunciam rombos nas gestões
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Além de Fortaleza e Caucaia, prefeitos no Ceará denunciam rombos nas gestões

|MONTANTE|Gestores apontam dificuldades de iniciar ações nas prefeituras diante de dívidas deixadas por antecessores
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Prefeitos no Ceará tentam manter o equilíbrio fiscal diante de dívidas volumosas  (Foto: Reprodução / Adobe Stock)
Foto: Reprodução / Adobe Stock Prefeitos no Ceará tentam manter o equilíbrio fiscal diante de dívidas volumosas

Dois maiores municípios do Ceará em tamanho populacional, Fortaleza e Caucaia, adotaram medidas para tentar contornar problemas financeiros. Na Capital, Evandro Leitão (PT), anunciou corte em diversas áreas, incluindo gastos com terceirizados e redução no próprio salário de secretários. Em Caucaia, na Região Metropolitana (RMF), o prefeito Naumi Amorim (PSD) baixou um decreto de contingenciamento, que também impede gastos e impõe cortes. Os dois municípios não estão isolados.

Em Pacatuba, também na RMF, a prefeita Larissa Camurça (União Brasil) anunciou, inicialmente, um déficit de R$ 400 milhões na previdência do município. Alguns dias depois, ela atualizou sobre a dificuldade encontrada na gestão: R$ 600 mil em caixa, mas uma folha de pagamento de R$ 2,6 milhões referente a dezembro e débitos pendentes com fornecedores.

Foram contabilizados depois mais R$ 420 mil, com valores ainda em análise, incluindo recursos da UPA e do Hospital que não foram repassados. A principal preocupação era o pagamento da folha dos servidores referentes ao ano passado. A solução foi pagar aos poucos os funcionários das pastas.

 Saúde e Infraestrutura foram as primeiras, depois outras sete secretarias tiveram o pagamento liberado. A previsão é que nesta semana as demais sejam regularizadas.Ela apontou ainda que o pagamento deveria ter sido feito pela gestão anterior e destacou ainda que foi preciso mandar um carro oficial da prefeitura, acompanhado de dois servidores até Icapuí, aproximadamente 207 quilômetros para colher a assinatura da ordenadora de despesas do ano anterior. O POVO tentou localizar o ex-prefeito Rafael Marques (PSB), mas sem sucesso. 

Se em Pacatuba o caixa estava na casa do milhar, em Canindé, longe 118,60 quilômetros de Fortaleza, o prefeito Professor Jardel (PSB) disse ter recebido a prefeitura com R$ 11 para pagamento dos servidores, com exceção dos profissionais da educação. Em contrapartida, segundo ele, a prefeitura teria que pagar uma dívida de R$ 29 milhões. Desse total, R$ 14 milhões seriam referentes a folha de pagamento. Ele também compartilhou que a gestão teria uma dívida de R$ 8 milhões com a Enel. A solução foi também escalonar o pagamento.

O atual prefeito vem trocando acusações com a gestão anterior, que era liderada pela ex-prefeita Rozário Ximenes (Republicanos). "O dinheiro de dezembro, o Tesouro Nacional não repassou para os estados nem para os municípios e sim dia dois de janeiro. Queira dizer para a população de Canindé que, em novembro, tivemos uma folha muito alta e conseguimos pagar", justificou diante do atraso dos salários. Ela afirmou que, quando assumiu, os salários também estavam atrasados e "nem por isso foi para as redes sociais".

Além das divergências sobre o orçamento da prefeitura, Rozário aponta um suposto beneficiamento de Jardel a partir de um esquema de desvio de emendas e compra de voto. No depoimento ao Ministério Público, Rozário acusou o prefeito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB) de fazer diversas ligações para vereadores de Canindé e outras cidades do sertão cearense oferecendo dinheiro em troca de apoio para emplacar aliados. Jardel era o candidato dele no município.

Iguatu, distante 388,82 quilômetros, Roberto Filho (PSDB), apontou que a dívida da prefeitura ultrapassaria R$ 400 milhões. O pagamento dos servidores também registra atraso, com as contas da prefeitura sendo bloqueadas. Além dos salários, o 13º também estava atrasado, mas foi pago na última semana.

O prefeito decretou de calamidade financeira, para, segundo ele permitir "concentrar esforços para superar os desafios financeiros do município, com foco especial nos servidores". "Nós que temos o problema para resolver, embora problemas não causados por nós, mas sim problemas herdados de gestões anteriores", ressaltou, ao anunciar a dívida da prefeitura. Ele ponderou que os dados recebidos na transição não foram claros e que a nova gestão tenta calcular o total devido. O POVO também tentou contato com o ex-prefeito de Iguatu, Ednardo Lavor (PSD). 

 

 

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