Donald Trump tomou posse nessa segunda-feira, 20, como o 47º presidente dos Estados Unidos, em cerimônia na Rotunda do Capitólio. Com as mãos sob uma Bíblia, o republicano se comprometeu a defender a Constituição americana, em um juramento feito ao juiz-chefe da Suprema Corte, John Robert.
Em discurso de cerca de 30 minutos, Trump traçou como deve ser a gestão nos próximos quatro anos. Falou em acabar com regras de proteção ao meio ambiente, prometeu deportação em massa de imigrantes e anunciou guerra fiscal contra outros países. Nos primeiros atos, concedeu perdão a invasores do Capitólio, a quem chama de "reféns", e retirou os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris sobre o clima.
Além disso, reforçou a intenção de retomar o Canal do Panamá. O Golfo do México, reiterou Trump, passará a se chamar Golfo da América.
"Toda entrada ilegal será imediatamente impedida, e iniciaremos processo de devolução de milhões de imigrantes ilegais a seu país de origem. Restabeleceremos a política do 'fique no México' e porei em prática a lei de prender e deportar. Tropas serão enviadas para o sul para dificultar a entrada em nosso país. Além disso, vou designar os cartéis [de drogas] como organizações terroristas internacionais", discursou o presidente, que, pela segunda vez, assume a Casa Branca.
Trump acrescentou que vai retomar uma legislação de 1708 sobre imigrantes, pela qual o governo poderá utilizar todas as forças de segurança pública para "eliminar gangues" que praticam crimes em cidades e bairros norte-americanos. "Como comandante-em-chefe, não há responsabilidade maior do que defender nosso país de ameaças e invasões. Farei isso em um nível nunca antes visto em nosso país", disse ele, ao afirmar que, em breve, alterará o nome do Golfo do México para Golfo da América.
Outra promessa é impor tarifas e impostos a outros países, como falou em um discurso inaugural fortemente nacionalista. "Começarei imediatamente a reformular nosso sistema comercial para proteger os trabalhadores americanos e suas famílias", afirmou Trump. "Em vez de tributar nossos cidadãos para enriquecer outros países, cobraremos tarifas e impostos de países estrangeiros para enriquecer nossos cidadãos".
Desde sua vitória eleitoral em novembro, o republicano tem mirado tanto em aliados quanto em adversários, levantando a perspectiva de novas tarifas para pressionar outros países a tomar medidas mais duras diante das preocupações dos Estados Unidos.
Trump anunciou ainda medidas no setor energético. A intenção é declarar emergência nacional da energia para diminuir preços e ajudar setores industriais, além de recompor as reservas estratégicas de petróleo. "Seremos mais uma vez um país industrial, com maior quantidade de petróleo e gás do que qualquer outro país. Diminuiremos os preços e preencheremos novamente nossas reservas estratégicas. E exportaremos nossa energia. Seremos novamente uma nação rica com o ouro negro que está sob nossos pés".
A Casa Branca divulgou comunicado em que promete "libertar" o setor de energia dos Estados Unidos ao "acabar com as políticas de extremismo climático de (Joe) Biden", e cita uma retirada do Acordo de Paris como uma medida neste sentido. Trump assinou ordem executiva para retirar o país do acordo climático de Paris. É a segunda vez que o país deixa o acordo sobre o clima, o que representa uma rejeição aos esforços globais para combater o aquecimento do planeta.
O novo presidente disse que fará os Estados Unidos retornarem a seu lugar como a nação mais "poderosa e respeitada do mundo", disse. "Teremos a maior força armada que o mundo já viu".
"A era de ouro dos Estados Unidos começa agora. Daqui em diante, nosso país florescerá e será respeitado. Seremos invejados por todo mundo, e não permitiremos que ninguém tire vantagem da gente. Colocarei a América em primeiro lugar", afirmou.
Segundo Trump, os EUA enfrentam uma crise de confiança "após um establishment corrupto e radical, onde os pilares foram rompidos, dificultando o enfrentamento de crises simples", em referência a problemas como o incêndio que assolou Los Angeles. "Mas tudo mudará rapidamente a partir de hoje", afirmou Trump. "Minha vida foi salva para tornar a América grande novamente", acrescentou, ao lembrar o atentado de que foi vítima durante a campanha eleitoral.
Com AFP e Agência Estado