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Trump ameaça Brics e minimiza Brasil; País "analisará cada passo"
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Trump ameaça Brics e minimiza Brasil; País "analisará cada passo"

| CASA BRANCA | Novo presidente disse que América Latina precisa mais dos Estados Unidos que o inverso e que Brics "não ficarão felizes" se prejudicarem os EUA
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Durante os primeiros minutos sentado à mesa do Salão Oval da Casa Branca para um segundo mandato, Donald Trump afirmou que Brasil e América Latina precisam "mais dos EUA do que os EUA precisam deles" e questionou o envolvimento do Brasil em conversas de negociações entre Rússia e Ucrânia.

Ao ser interrogado sobre uma proposta apresentada por China e Brasil, no ano passado, para promover conversas de paz no leste europeu, Trump afirmou: "Isso é bom, é bom. Eu estou pronto", em resposta à jornalista brasileira Raquel Krahenbuhl, correspondente da TV Globo.

Segundos depois, ele questionou "Como o Brasil se envolve nisso? Isso é uma novidade", declarou o presidente, questionando se a repórter era brasileira. Ao receber a resposta positiva, disse: "Ah, é por isso que está envolvida, eu acho."

O plano em questão é um documento divulgado no dia 23 de maio, com nome "Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China sobre uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia".

Quando questionado sobre sua perspectiva em relação às relações com a América Latina e, especificamente, com o Brasil, Trump respondeu: "Devem ser ótimas. Eles precisam de nós. Muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós", disse, sem responder à pergunta da jornalista sobre se pretendia se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Trump disse ainda, na noite de segunda-feira, 20, que os países membros do Brics estavam tentando "dar a volta" nos Estados Unidos e que, se isso ocorrer, "não vão ficar felizes".

"Eu acho que (os países do Brics) estavam procurando prejudicar os Estados Unidos, e se fizerem isso, não ficarão felizes com o que vai acontecer", disse Trump, que considera que os EUA não possuem "bons acordos" com a maioria dos países. "Nós não fazemos nenhum bom acordo. Temos um déficit com quase todos", afirmou o novo chefe da Casa Branca.

A secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Maria Laura da Rocha, que comanda a pasta temporariamente enquanto o ministro Mauro Vieira está fora, disse nesta terça-feira, 21, que o Brasil vai analisar as declarações de Trump.

"O presidente Trump pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito nos Estados Unidos e nós vamos analisar cada passo das decisões que forem sendo tomadas pelo novo governo. Mas acredito que, como somos um povo que acredita, que tem fé na vida, que tudo vai dar certo sempre. Nós vamos procurar trabalhar não as nossas divergências, mas as nossas convergências, que são muitas", declarou, diplomática. (Agência Estado)

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