O prefeito de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), Naumi Amorim (PSD), garantiu que o programa "Bora de Graça", que garante tarifa zero nos ônibus do município, irá continuar. Após reunião no Ministério Público do Ceará (MPCE), o gestor anunciou que, em acordo com a empresa Vitória, foi possível reduzir o custo mensal do programa para R$ 2,8 milhões, o que representaria uma economia superior a R$ 1 milhão.
"Entendo a importância desse programa para o nosso povo, principalmente para os que mais precisam, e vamos trabalhar para tentar manter o serviço com a qualidade e a eficiência que o caucaiense merece. Contem comigo", escreveu em publicação nas redes sociais.
A readequação dos valores, conforme o prefeito, é para "tentar manter o programa". "Porque é um programa importante que está servindo às pessoas e a gente sabe que quem mais precisa é quem usa o transporte. A gente trabalha para gente manter esse programa", disse ainda.
Ele compartilhou que a situação "não é fácil" diante da dívida que o município teria, uma herança da gestão anterior. O valor estaria na casa dos R$ 800 milhões. Segundo Naumi, a gestão está trabalhando para manter todos os programas, não só o "Bora de Graça". A prioridade, no entanto, é a Saúde.
No ano passado, a empresa chegou a anunciar que voltaria a cobrar a passagem dos usuários do transporte de Caucaia. O motivo foi a falta de pagamentos que deveriam ser realizados pela prefeitura para subsidiar o programa. A empresa denunciou uma dívida milionária por parte da gestão Vitor Valim (PSB) - cerca de R$ 14 milhões -, o que obrigaria a volta da cobrança no transporte.
Em reunião intermediada pelo MPCE no ano passado, foi feito um acordo e montado um cronograma de pagamentos que a Prefeitura de Caucaia irá fazer para a empresa. Os pagamentos totalizam R$ 8,8 milhões.
Assim que assumiu a gestão, Naumi anunciou que a prefeitura teria um dívida de R$ 681 milhões. O número, segundo ele, poderia crescer a depender do que fosse constatado pela gestão ao longo dos dias seguintes. O número poderia aumentar à medida que os secretários fossem tendo acesso às finanças de suas pastas. O valor, por exemplo, não contabilizava o setor de obras.
O prefeito apontou que cerca de R$ 300 milhões deverão ser pagos ainda este ano. Naumi assinou decreto de contingenciamento.
O decreto detalhou redução de 25% do valor dos contratos administrativos como de prestação de serviços de assessorias, consultorias e administrativos, locação de veículos, máquinas e equipamentos similares. É previsto também redução de 50% em contratos temporários de pessoal, concessão de horas extras e diárias, passagens aéreas e terrestres, hospedagens, refeições e lanches e realização de despesas com eventos festivos e similares.