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Presidente diz que governo não está entregando o que prometeu, mas é cedo para projetar 2026
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Presidente diz que governo não está entregando o que prometeu, mas é cedo para projetar 2026

|Brasília| As declarações aconteceram na primeira entrevista de Lula desde a troca no comando da Secom
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PRESIDENTE Lula concedeu coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Foto: Ricardo Stuckert / PR PRESIDENTE Lula concedeu coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse reconhecer que o governo "não está entregando aquilo que prometeu" até o momento. O petista criticou, no entanto, a antecipação de cenários eleitorais para 2026. As falas aconteceram nesta quinta-feira, 30, em café da manhã com jornalistas em Brasília.

"No primeiro ano de governo, como (o governante) ganhou as eleições, há muita expectativa e o povo está muito tranquilo. No segundo ano, começa o povo a saber se a expectativa que tinha está sendo cumprida. Eu disse ao (Paulo) Pimenta (ex-ministro da Secom): 'Não se preocupe com pesquisa, porque o povo tem razão, a gente não está entregando aquilo que prometeu'", afirmou o presidente.

Lula disse que "é preciso ter muita paciência". "Não me preocupo com pesquisa. Não é feita para gostar ou não gostar. É feita para analisar, verificar se tem um fundo de verdade e começar a fazer as coisas que são necessárias", disse.

"É muito cedo para fazer pesquisa sobre 2026 e é muito cedo para avaliar governo com dois anos de governo. Deixei a Presidência em 2007 (foi em 2010) com 87% de bom e ótimo e tenho consciência do que estamos fazendo", afirmou.

O presidente disse que "cada coisa que eu falar, quero que anotem, porque vamos entregar, não é apenas um programa de governo, é uma profissão de fé".

Nesta semana a pesquisa Genial/Quaest mostrou que a desaprovação ao trabalho do presidente subiu dois pontos porcentuais, de 47% em dezembro de 2024 para 49% em janeiro de 2025. A aprovação oscilou cinco pontos para baixo, de 52% para 47%, no mesmo intervalo. Foi a primeira vez na série histórica da pesquisa que a reprovação superou numericamente a aprovação.

Para Lula, "2025 é o ano mais importante do meu mandato". O presidente repetiu o mantra que tem adotado nos últimos dias e afirmou que 2025 será o ano de uma "grande colheita". Ele justificou a expectativa: "Quando assumimos o governo a gente tinha muita clareza da dificuldade que íamos encontrar, porque era público pela divulgação de vocês que o País estava desmontado".

"Este é o ano em que a gente começa a grande colheita de tudo o que foi plantado em 2023 e em 2024. Foi uma reconstrução das coisas do País para que ele voltasse a funcionar e voltasse a ser respeitado no mundo", completou.

Lula disse que "não queria que a transição falasse apenas do passado, mas do futuro". "Não sou daqueles que passa o governo inteiro tentando jogar a culpa no outro e não pensa o que vai fazer daqui para frente", afirmou.

As declarações aconteceram na primeira entrevista de Lula aos repórteres desde que o presidente trocou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). O publicitário Sidônio Palmeira assumiu o lugar do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

O presidente reconheceu a ausência nas falas com a imprensa. "Não lembro qual foi a última entrevista que dei, faz tempo. Primeiro porque em setembro bati a cabeça e depois porque em dezembro tive de fazer um procedimento. Hoje estou aqui 100% recuperado, preparado para as lutas que vierem a partir de agora", disse.

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