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Prefeito de Senador Sá é o 1º gestor cassado no Ceará desde a posse
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Prefeito de Senador Sá é o 1º gestor cassado no Ceará desde a posse

|Justiça| A ação que levou à cassação teve como cerne o evento "Cavalgada do Bel", realizado durante a campanha eleitoral
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Além de ter o mandato cassado, Bel Júnior está inelegível por oito anos (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Foto: Reprodução/Redes Sociais Além de ter o mandato cassado, Bel Júnior está inelegível por oito anos

O prefeito reeleito de Senador Sá, Bel Júnior (PP), e a vice Professora Maria (PP) foram cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) por abuso de poder econômico e político durante a campanha. A votação unânime ocorreu nesta sexta-feira, 31, e também determinou a inelegibilidade de Bel por oito anos. Com isso, o município deverá passar por novas eleições para chefe do Poder Executivo.

A decisão reverte entendimento da 1ª instância, no qual o juiz eleitoral declarou a ação improcedente. O cerne da investigação foi o evento "Cavalgada do Bel", realizado em 17 de agosto de 2024, durante a campanha eleitoral. No julgamento, foi mencionado que a ocasião contou com a distribuição de camisas e bonés alusivos às cores do partido de Bel, o Progressistas, além da emissão sonora de músicas de campanha.

Durante a sessão, o relator Francisco Érico Carvalho Silveira destacou que a concentração do evento aconteceu na fazenda do irmão de Bel, conhecido como James Bel, e terminou em praça pública com a realização de um em showmício com "grande estrutura utilizada".

A programação contou com a apresentação de cinco artistas regionais e distribuição de comidas e bebidas, além da disponibilização de uma ambulância para a cobertura do evento. Também houve uma passeata com paredão de som exibindo frases a favor do então candidato do PP.

"Essa conduta evidencia tentativa clara e irregular de influenciar a intenção de voto dos eleitores", entendeu o relator. Ele foi acompanhado pelos demais desembargadores, chegando ao resultado de 7 votos favoráveis às penalidades.

Por meio de nota, o prefeito cassado informou que recorrerá da decisão e reafirmou que o evento "sempre foi uma celebração da cultura e das tradições locais, sem qualquer intenção eleitoral".

"Seguimos confiantes na Justiça e recorreremos da decisão com a certeza de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) restabelecerá a verdade dos fatos, respeitando a democracia e a vontade popular, expressa de forma legítima nas urnas", consta em trecho da nota.

Este é o primeiro caso no Ceará de um prefeito cassado. Antes disso, dois gestores tinham sido impedidos de tomar posse. Um deles é Beteto Queiroz (PSB), eleito prefeito de Choró, município a 185 quilômetros de Fortaleza.

Ele teve a posse suspensa pela Justiça Eleitoral no dia 1º de janeiro. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público, que pediu a cassação de 'Bebeto'. Ele foi investigado em inquérito da Polícia Federal que apurou um suporto esquema que envolveria mais de 51 prefeituras, com a lavagem de dinheiro de emendas parlamentares.

O segundo caso foi em Santa Quitéria, a pouco mais de 200 quilômetros de Fortaleza, onde Braguinha (PSB) foi preso horas antes da cerimônia. Ele é acusado de envolvimento com uma facção criminosa que teria favorecido sua campanha eleitoral.

 

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