O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez acenos, em entrevista a rádios mineiras nesta quarta-feira, 5, ao ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lula disse que vai depender do ex-presidente decidir se quer ser ministro do governo federal e se quer ser candidato ao governo de Minas Gerais.
"Se eu falar para você que eles vão ficar, você vai dizer que Lula não faz mudança no governo. Mas posso te dizer que meu sonho com o Pacheco é mostrar a ele que ele é a figura pública mais importante de Minas Gerais e que, se ele quiser ser o candidato a governador, ele poderá ser o futuro governador. É só ele querer para a gente trabalhar para ele ser eleito. Ele vai ter que decidir", afirmou.
Lula disse que quer se reunir com Pacheco e com integrantes do PSD depois das férias que o senador pretende tirar. Afirmou ainda que não há pressa para esse encontro, mas que o PSD terá de "demonstrar o que tem". É tido que o governo deflagrou, nos últimos dias, uma operação para tentar convencer o senador a aceitar se tornar ministro. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), é um dos encarregados dessa missão.
Além de Wagner, outros líderes e ministros também procuraram o agora ex-presidente do Senado e seus aliados. Outros articuladores do governo já vêm atuando nos bastidores para persuadi-lo. Alguns chegaram a dizer que Pacheco poderia assumir a pasta que desejasse. Outros foram mais comedidos e só expressaram ao ex-presidente do Senado a importância que ele teria na gestão. Lula já disse que gostaria de ver Pacheco eleito governador de Minas Gerais em 2026.
O senador tem duas pastas na sua lista de prioridades: Justiça e Segurança Pública e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Lula não deu indicativos, até o momento, de que pretenda trocar o titular da Justiça, Ricardo Lewandowski. No caso do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB) acumula o cargo com a Vice-Presidência. Pacheco não deseja que sua indicação seja incluída na cota do PSD e aguarda um convite formal de Lula.
Na reforma ministerial prevista para março, Lula já decidiu levar para o governo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Gleisi foi escolhida por Lula para ser a ministra da Secretaria-Geral da Presidência, hoje responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com os movimentos sociais.
A ida da deputada para o primeiro escalão, no lugar de Márcio Macêdo, está demandando do PT um arranjo que envolve as legendas da base aliada. O partido terá eleições diretas para a renovação de suas direções nacional, estadual e municipal no início de julho.