Jair Bolsonaro não apenas tomou conhecimento como também concordou com o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Planejamento também atentava contra a vida do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Informações constam em denúncia enviada à Corte pela Procuradoria Geral da República, nesta terça-feira, 18.
Documento, assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, destaca o desenrolar da trama articulada pelo grupo de apoio ao então presidente da Repúlica, Jair Bolsonaro, com o intuito de deixá-lo no poder mesmo após perder as eleições de 2022.
Conteúdo da peça acusatória traz a informação de que as investigações "revelaram aterradora operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do Presidente da República e do Vice-Presidente da República eleitos, bem como a de Ministro do Supremo Tribunal Federal".
"Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, plano de ataque às instituições, com vistas à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de "Punhal Verde Amarelo", diz trecho da denúncia.
Ainda segundo documento, o plano do grupo continha ações de monitoramento dos "alvos de neutralização" e "se desdobrava em minuciosas atividades", cogitando o uso de "armas bélicas contra o Ministro Alexandre de Moraes e a morte por envenenamento de Luiz Inácio Lula da Silva".
"O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições", cita peça acusatória.
O procurador-geral da República Paulo Gonet destacou também no documento que Bolsonaro sabia do plano. Afirmação foi embasada em um áudio enviado, em dezembro de 2022, pelo então secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência da República, Mauro Fernandes, para o então ajudante de ordens do presidente, Mauro Cid.
"Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo" diz Fernandes em trecho da gravação.
"O áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por Jair Messias Bolsonaro, que esperava a sua execução ainda no mês de dezembro. O grupo planejava agir com a maior brevidade possível, a fim de impedir a assunção do Poder pelo novo governo eleito", aponta denúncia.
No geral, a peça acusatória atingiu 34 pessoas, que foram acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito.