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Cid se queixa de Bolsonaro ter ficado "milionário"
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Cid se queixa de Bolsonaro ter ficado "milionário"

Delação ao STF
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Tenente-coronel Mauro Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil Tenente-coronel Mauro Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, se queixou, em depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF), de o aliado ter "se dado bem, ficado milionário", enquanto ele próprio "perdia tudo" e sua carreira estava "desabando".

O depoimento de Cid, feito em 22 de março de 2024, foi motivado por uma reportagem da revista Veja intitulada "Em áudios exclusivos, Mauro Cid ataca Alexandre de Moraes e a PF: Enquanto suas informações ajudam a desnudar a tentativa de golpe militar e comprometem Bolsonaro, o tenente-coronel detona o ministro e a instituição". A publicação havia sido feita no dia anterior.

À época, Moraes considerou que a conduta de Cid configurava crime de obstrução de Justiça e tornou a decretar a sua prisão preventiva e nova oitiva para que o ex-ajudante de ordens esclarecesse as afirmações.

Questionado sobre quem se referia ao dizer que "todos se deram bem, ficaram milionários", o tenente-coronel declarou que "estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix", enquanto ele mesmo tinha "perdido tudo".

"(Cid respondeu que) estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva. E no caso próprio perdeu tudo. A carreira está desabando. Os amigos o tratam como um leproso, com medo de se prejudicar. Não é político, não é militar, quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação", diz um trecho da transcrição do depoimento.

Na audiência, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro negou ter sofrido pressão do Judiciário ou da polícia para delatar o aliado - apesar de ter dito nos áudios que os policiais "queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu". E afirmou que a decisão foi de livre e espontânea vontade, e que a conversa exposta na imprensa era "privada, informal, particular, sem o intuito de ser exposta em revista de grande circulação". Também declarou não se lembrar nem com quem tinha conversado. (AE)

 

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