Deputados e senadores cearenses se manifestaram sobre a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 denunciados. Teve gente da base aliada do governo comemorando, outros ironizando Bolsonaro, senador atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e até deputado do PL se esquivando de defender o ex-presidente.
Luizianne Lins postou nas redes sociais que Jair Bolsonaro será preso. A deputada também compartilhou post da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que se mostrou estarrecida com o fato de Bolsonaro ter tomado conhecimento do plano que pretendia executar Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, ministro do STF.
Pelo PDT, partido fiel ao PT (em âmbito nacional), André Figueiredo foi o mais incisivo: chamou Bolsonaro de inelegível e usou um emoji de joinha, em clara referência ao post viral de Bolsonaro ‘Grande dia’.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães, foi mais contido. Ele postou que “a acusação contra Bolsonaro garante justiça” e lembrou que é preciso vigiar a democracia sempre. Perguntado se o governo pode capitalizar com isso e melhorar os índices de aprovação, Guimarães refutou. “O PT defende a democracia e é isso que temos que comemorar agora. Não é sobre governo, é sobre o país”, apontou.
Já o senador Eduardo Girão teceu críticas ao judiciário. “A consumação da tal “denúncia do golpe” não se sustenta segundo renomados juristas. Muitos dos casos baseado apenas em delação - e questionáveis, pois surgiram indícios de até de tortura psicológica, entre outros tipos de constrangimentos ilegais - além da ausência de provas materiais contundentes e irrefutáveis que justificassem o oferecimento de acusações tão graves por parte do PGR”, pontuou.
André Fernandes foi mais sucinto. Questionado se ele participou da reunião com Bolsonaro em Brasília, o deputado alegou ainda estar em Fortaleza e, por isso, faltou ao encontro. Para se posicionar, André pediu tempo para estudar os documentos apresentados.
Pelo PSD, dois deputados se manifestaram: Luiz Gastão e Domingos Neto. Gastão disse não ter tido tempo de ler a denúncia protocolada pelo procurador. “São quase 300 páginas, foi disponibilizada ontem à noite… não tive tempo de ler, ainda”, confessou. Já Domingos não se mostrou surpreso. “Eu li grande parte da denúncia, até para entender o que estava escrito ali e, vamos combinar, não surpreendeu ninguém. Era mais ou menos o que todo se lia na imprensa”. O assunto ainda vai dar muito o que falar no Congresso Nacional.