O prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), anunciou nesta segunda-feira, 24, o cancelamento da festa de Carnaval promovida pela Prefeitura do Município. Ele justificou a decisão pela situação financeira em que recebeu a Prefeitura.
"Infelizmente a gente não vai poder fazer esse Carnaval esse ano", disse Naumi em vídeo veiculado nas redes sociais. Caucaia tem uma das festas de Carnaval mais tradicionais da Região Metropolitana de Fortaleza, em praias como Icaraí e Cumbuco. O prefeito, contudo, destacou que as prioridades são os investimentos em saúde e educação.
"Gostaria muito de promover o carnaval para o nosso povo de Caucaia, para as pessoas que vem visitar a nossa cidade, mas infelizmente a gente não vai poder fazer esse carnaval esse ano, mas a gente vai estar acompanhando, dando a segurança, a nossa guarda municipal. Sei que vocês vão compreender, porque a situação do nosso município é muito grave, porque são muitas dívidas que ficaram no nosso município", complementou.
No começo de janeiro, o prefeito havia anunciado contingenciamento de gastos após anunciar que a gestão anterior, do ex-prefeito Vítor Valim (PSB), deixou quase R$ 700 milhões em dívidas. Porém, naquele momento, ele informou que o contingenciamento iria poupar o Carnaval. A justificativa era por se tratar de "evento inserido no calendário cultural do Município e do País”.
Na época que anunciou a dívida, Naumi afirmou que o valor poderia crescer a depender do que fosse constatado pela gestão ao longo dos dias seguintes. O número poderia aumentar à medida que os secretários fossem tendo acesso às finanças de suas pastas. O valor, por exemplo, não contabilizava o setor de obras.
O prefeito apontou que cerca de R$ 300 milhões deverão ser pagos ainda este ano. Já o ex-gestor rebateu o assunto naquela ocasião, afirmando que, durante sua gestão, não houve qualquer “financiamento ou empréstimo” contraídos e as dívidas de Caucaia “são as mesmas apresentadas e feitas pelo então, e agora, prefeito Naumi Amorim”.
No decreto de contingenciamento, Naumi detalhou redução de 25% do valor dos contratos administrativos como de prestação de serviços de assessorias, consultorias e administrativos, locação de veículos, máquinas e equipamentos similares.
Era prevista também redução de 50% em contratos temporários de pessoal, concessão de horas extras e diárias, passagens aéreas e terrestres, hospedagens, refeições e lanches e realização de despesas com eventos festivos e similares.
Também foram poupados, na época, setores considerados essenciais como segurança comunitária; coleta e destinação final de resíduos sólidos e iluminação pública. (Colaborou Érico Firmo)