O objetivo de reduzir o número de partidos no Brasil tem sido alcançado com a cláusula de barreira. Desde 2018, quando as regras passaram a vigorar, houve duas fusões: PSL e DEM formaram o União Brasil e PTB e Patriota formaram o PRD.
Houve ainda cinco incorporações: o Pros foi incorporado pelo Solidariedade. O PPL foi incorporado pelo PCdoB, que está em federação com PT e PV. O PHS e o PSC foram incorporados pelo Podemos. O PRP foi incorporado ao PEN — que passou a se chamar Patriota e posteriormente fez a fusão com o PTB para criar o PRD.
Na fusão é criado um novo partido. Na incorporação, um partido deixa de existir para ser parte de outro.
Há ainda as três federações: PT, PCdoB e PV; PSDB e Cidadania e Psol e Rede. Pelo prazo de pelo menos quatro anos, elas precisam se organbizar praticamente como se fossem um só partido. O que inclui lançar os mesmos candidatos a cargos majoritários, formar as mesmas alianças, apoiar os mesmos candidatos. A federação é vista como estágio de testes para uma possível fusão ou incorporação futura.
Na prática, esses movimentos reduzem as opções para políticos que querem migrar de legenda conforme as opções nacionais e locais. No Ceará, o senador Cid Gomes teve certo trabalho em busca de um partido que acolhesse o grupo político. A opção acabou sendo pelo PSB.
Em outros tempos, havia mais alternativas e Cid chegou a se filiar a partidos pouco expressivos, como PPS e Pros, que atendiam no momento às necessidades locais e nacionais do grupo. Hoje, a criação e a sobrevivência de partidos viáveis eleitoralmente se tornou mais difícil. Ir de uma sigla para outra, também.
Hoje rompido com Cid, o ex-prefeito Roberto Cláudio vive a situação de ser oposição num PDT cada vez mais alinhado com os governos do PT nas várias esferas. Porém, a perspectiva de mudança de partido apresenta número reduzido de alternativas. (Érico Firmo)