Além do contexto nacional, a época era ainda mais conturbada porque, algumas semanas antes, a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Fortaleza já tinha agitado e deixado rusgas. Na época, quatro candidatos, todos do PMDB, atual MDB, a maior da Casa. Apresentaram-se para o cargo de presidente do Legislativo da capital. Eram eles: Djalma Eufrásio, Narcílio Andrade, Wellington Soares e Mário Nunes. Os três últimos, porém, retiraram as candidaturas.
A eleição foi realizada em 1° de fevereiro de 1985. Djalma Eufrásio era candidato em composição com a Frente Liberal com as bençãos de Gonzaga. Disputaria, teoricamente, contra um quinto peemedebista que surgiu na disputa — o veterano Ademar Arruda, apoiado pelos "radicais".
O processo foi todo cheio de surpresas. Djama foi eleito com uma difereça de um voto, ganhando com 17 votos. Acontece que Ademar não teve votos, nem dele mesmo. O principal concorrente acabou sendo Mário Nunes, com 16 votos, que ensaiou se retirar, mas teve a candidatura mantida em segredo até a eleição. Publicamente, Arruda tinha o apoio do grupo os "autênticos" e dos parlamentares próximos de Welligton, mas ele era, na verdade, um "balão de ensaio". Nunes era o nome "guardado na surdina", como mostrou O POVO do sábado, 2 fevereiro.
Confusão maior ainda foi para de vice-presidente. Do PMDB, Wellington recomendou voto em Luís Angelo do PSD. Muitos vereadores ficaram perplexos. No fim das contas, os movimentos foram lidos por muito políticos como uma "tramoia", sendo Arruda visto como "cobaia de um grupo autoritário". A coluna do jornalista Jorge Henrique Cartaxo traz a análise de que o governador dispensou as negociações e conseguiu a vitória isoladamente. Por muito pouco, o PMDB não rompeu com o governador, avaliou o colunista.