O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para ser a ministra de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, anunciado como próximo ministro da Saúde. A decisão de Lula é considerada uma reviravolta. Até poucos dias atrás, o mundo da política dava como certo que Gleisi assumiria a Secretaria-Geral da Presidência da República no lugar de Márcio Macêdo.
Antes, o mais cotado para o cargo da articulação política era o deputado cearense José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara dos Deputados.
"Gleisi vai substituir o atual ministro da SRI, Alexandre Padilha, que foi recém-indicado para o Ministério da Saúde. A posse da nova ministra está marcada para o dia 10 de março", disse a Secom.
A presidente do PT passou a se posicionar para assumir a articulação política do governo há poucos dias. A reportagem ouviu especulações sobre seu nome pela primeira vez na última sexta-feira, 21, mas ainda como uma possibilidade muito remota. O nome dela cresceu nesta semana, mesmo Lula sendo desaconselhado de indicar a aliada para o cargo.
A entrada de Gleisi Hoffmann na SRI também era tratada com ceticismo em Brasília porque a presidente do PT demonstrou ter perfil combativo nos últimos anos, enquanto a área exigiria um perfil de negociação mais flexível.
Gleisi é presidente do PT desde 2017 e esteve à frente do partido em alguns de seus momentos mais críticos. A posição a fez ganhar fama de sectária.
Ao longo de todo o governo, Gleisi Hoffmann expôs divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Aliados da petista costumam dizer que, como presidente do partido, ela tinha a obrigação de tentar puxar o governo para a esquerda.
Com Gleisi no governo, o PT precisará de um novo quadro para presidir o partido até junho, quando haverá eleições. O nome mais citado para esse mandato-tampão é de Guimarães, como já vinha sendo falado nos bastidores. Lula quer eleger Edinho Silva como presidente do partido.
O entorno do presidente acredita que, com a ida de Gleisi para o coração do governo, a resistência de setores do PT ao nome de Edinho para a direção do partido diminuirá.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), prometeram "diálogo" e desejaram sucesso à deputada petista. A oposição, no entanto, reagiu mal à indicação da petista. (Agência Estado)