O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi incluído no cadastro de inadimplentes da Serasa Experian após perder processo contra Felippe Hermes, jornalista e editor do site Blocktrends, que foi acusado de danos morais pelo ex-candidato a presidente. A inclusão do nome de Ciro no Serasa ocorreu na última sexta-feira, 28, devido a uma dívida de R$ 1 mil referente ao não pagamento de honorários advocatícios.
O processo foi em razão de uma publicação feita pelo jornalista criticando proposta do político sobre a Petrobras. “Das ideias malucas do Ciro Gomes que vão acabar fazendo o país parar no SPC”, dizia a publicação feita em setembro de 2021.
No contexto das eleições presidenciais de 2022, Ciro e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) afirmaram que o texto era uma "ação orquestrada e patrocinada nas redes sociais para atacar a imagem de um presidenciável", por conta de a publicação ter sido impulsionada na rede social Facebook.
Na ação, Ciro pediu indenização de R$ 10 mil alegando que a fala de Hermes tinha como objetivo “desabonar a imagem” do ex-ministro. O juiz Alexandre Schwartz Manica, da 10ª Vara Cível de Porto Alegre, afirmou ser improcedente a acusação de Ciro Gomes.
“A parte autora por ser um político está exposto a uma maior visibilidade, uma maior exposição pública, onde a crítica como opinião, nem sempre fere a imagem e a intimidade, porque há disputadas de caráter ideológico, devendo-se ter maior tolerância com certas manifestações, próprias do jogo político”, alegou o magistrado.
Ciro já enfrentou impasses financeiros em outros momentos. Em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) autorizou a penhora de bens do ex-governador do Ceará pelo não pagamento de uma dívida de R$ 31 mil, decorrente de uma ação que o ex-presidenciável perdeu contra jornalistas da Abril Comunicações em 2018.
Também em 2018, Ciro Gomes tentava sua terceira candidatura a presidência e tinha como principal proposta econômica limpar o nome dos brasileiros com dívidas no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Ele chamou o projeto de "Nome Limpo".
Segundo o então candidato, 63 milhões de consumidores estavam inadimplentes no primeiro semestre de 2018 e 5,5 milhões de micro e pequenas empresas estavam na mesma situação em fevereiro de 2018, segundo a Serasa, o que representava 22% das empresas desse porte. As margens de lucro das empresas caíram com a crise nos últimos anos, e a disposição para o setor privado investir e gerar mais empregos segue muito baixa.
Em seu plano de governo para as eleições presidenciais de 2022, Ciro reservou um espaço menor para propostas contra o endividamento da população. O documento afirmava que o "elevado endividamento privado de famílias e empresas deverá ser renegociado, com taxas de juros menores e prazos mais longos de pagamento (incluindo as dívidas com FIES), com programa a ser iniciado pelos bancos públicos, ao qual poderão aderir aos bancos privados. Deverão ser disseminados programas de educação financeira". (Com Agência Estado)