A primeira agenda do prefeito de Fortaleza Evandro Leitão (PT) depois de retorno de viagem para o exterior foi um encontro com o governador Elmano de Freitas e o ministro Camilo Santana (Educação), no Palácio da Abolição, no sábado, 29.
Entre os assuntos da conversa, dois se destacam: um é o planejamento de uma ação conjunta na área da segurança pública, envolvendo Prefeitura, Estado e Governo Federal. A intenção é apresentar medida que mobilize os três entes, com ênfase na articulação dos aliados e de olho na eleição do ano que vem.
O outro ponto é a definição da data para a assinatura da ordem de serviço das obras do campus Iracema, da Universidade Federal do Ceará (UFC): próxima sexta-feira, dia 4 de abril, com a presença de Camilo e Elmano.
No local onde seria o Acquario Ceará, projeto da gestão do hoje senador Cid Gomes (PSB) jamais concluído, o campus deve potencializar pesquisas da instituição, que tem agora a posse do terreno, cedido pelo Executivo estadual.
Além dos dois tópicos, Evandro, Camilo e Elmano discutiram também o hospital universitário da UFC, numa mostra de que a área da saúde tem recebido atenção especial das gestões petistas.
Pouco menos de duas semanas atrás, o presidente Lula participou da inauguração do Hospital Universitário do Ceará (HUC), no campus do Itaperi da Uece. A unidade, a maior do estado, é uma das vitrines da campanha de reeleição do governador.
O trio avaliou ainda o cenário político local, com acirramento da disputa pelas duas vagas de senador na chapa governista. No último sábado, por exemplo, o deputado federal José Guimarães (PT) assumiu de vez o discurso de pré-candidato a uma das cadeiras na Câmara Alta, como mostrou O POVO.
No mesmo dia, o dirigente do PSB estadual, Eudoro Santana, declarou à reportagem que o partido tem dois compromissos em 2026: reeleger Elmano e reconduzir Cid ao Senado, mesmo que o ex-governador já tenha manifestado intenção de lançar Júnior Mano (PSB) para a vaga de senador.
Fora essa dupla, estão no páreo Eunício Oliveira (MDB), Chiquinho Feitosa (Republicanos) e outros nomes. Dentro do Abolição, o entendimento hoje é de que, caso Cid não vá para o pleito, abre-se uma discussão para o preenchimento da vaga.
Ou seja, não há lugar marcado na chapa, salvo para Elmano e o próprio Cid, que já deixou claro em entrevistas que não pretende concorrer a mandato eletivo novamente - ao menos não para o Congresso.
Líderes do bloco aliado, Elmano e Camilo estudam as variáveis na mesa para evitar ruídos maiores na base, principalmente após anúncio de rompimento de Cid que acabou não se concretizando.
O maior desafio do grupo é garantir coesão das forças que dão sustentação a Elmano, de modo que o petista chegue com tranquilidade para a corrida eleitoral que se aproxima. Para tanto, o Governo avança em muitas frentes simultâneas, da segurança à saúde e educação, passando também pela desmontagem do potencial de danos dos opositores.
É assim que figuras como Denis Bezerra e outros, que chegaram a apoiar Roberto Cláudio em 2022, agora estão do lado do Abolição — Dênis, por exemplo, é assessor de Assuntos Federativos do Governo em Brasília.