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Políticos brasileiros relembram golpe de 1964 e criticam "tentativas antidemocráticas"
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Políticos brasileiros relembram golpe de 1964 e criticam "tentativas antidemocráticas"

|Memória| Lula, ministros, parlamentares e o Supremo se manifestam sobre os 61 anos do golpe de 1964
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CASTELLO BRANCO foi o primeiro presidente da ditadura militar brasileira (Foto: Reprodução/Arquivo Nacional)
Foto: Reprodução/Arquivo Nacional CASTELLO BRANCO foi o primeiro presidente da ditadura militar brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parlamentares e ministros se manifestaram acerca dos 61 anos do golpe militar de 1964, nesta segunda-feira, 31. Destacando a importância da democracia e dos direitos humanos, Lula mencionou que ameaças autoritárias ainda persistem no país, mas não citou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma suporta tentativa de golpe.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), destacou a importância de lembrar "quão nocivas são as ditaduras". Ele também rejeitou a proposta de perdão defendida pelos bolsonaristas".

"Hoje é um dia para lembrarmos de quão nocivas são as ditaduras. Períodos de dores e tristes lembranças. No caso do Brasil: torturas, assassinatos, desaparecimentos, corrupção e impunidade: "A palavra de ordem é anistia, não!", afirmou.

"Não existe, fora da democracia, um caminho para um Brasil mais justo e menos desigual. O verdadeiro desenvolvimento inclusivo requer que a voz do povo seja ouvida e respeitada", afirmou Lula nas redes sociais.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), ressaltou que a ditadura restringiu direitos e perseguiu opositores. Ela também defendeu a responsabilização penal dos envolvidos na tentativa de golpe após as eleições de 2022, incluindo Bolsonaro. "A responsabilização penal dos golpistas é um dever histórico em defesa da democracia", afirmou.

No Ceará, a deputada estadual Larissa Gaspar (PT), 2ª vice-presidente da Assembleia Legislativa (Alece), compartilhou o vídeo publicado por Gleisi e se manifestou sobre a data. "Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ditadura nunca mais! Seguimos firmes na defesa da democracia, dos direitos humanos e da memória das lutas do nosso povo. Não esquecer é resistir! Sem anistia para os golpistas de ontem e de hoje!"

Renato Roseno (Psol), também deputado estadual, discursou em manifestação contra a anistia para os participantes do 8 de janeiro, neste domingo, 30, e publicou um vídeo do momento. O parlamentar citou Bolsonaro e afirmou que o dia 31 de março de 1964 "deve ser lembrado como um marco da infâmia".

"O golpe instalou uma ditadura assassina e brutal, que vitimou milhares de pessoas e deixou cicatrizes profundas na alma do nosso país. Lembremos que todo golpe implica uma covardia, porque é a arma dos que temem as urnas e a democracia", escreveu.

O Supremo também se manifestou, destacando a necessidade de recordar o golpe para evitar novas rupturas democráticas. "Lembrar para que nunca mais se repita. Democracia sempre", publicou a Corte nas redes sociais.

Na semana passada, a Primeira Turma do STF tornou Bolsonaro e aliados réus por tentativa de golpe de Estado. A decisão, unânime, abriu um processo penal por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As penas podem chegar a 43 anos de prisão.

Entre os réus estão Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier e Mauro Cid. Outros nomes ainda terão suas denúncias analisadas pelo STF nas próximas semanas.

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