A pesquisa do Instituto Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira, 3, revelou que 62% dos brasileiros não apoiam a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, um aumento de dez pontos percentuais desde dezembro de 2024, quando o percentual era de 52%.
O levantamento indicou que a percepção dos entrevistados de piora da economia aumentou. Para 56% dos brasileiros, o Brasil está indo na direção errada sob o comando do atual presidente, registrando um aumento de 17 pontos em comparação com o mês de janeiro, quando o percentual foi de 39%.
A pesquisa também registrou que 16% sentiram que houve melhora na economia. Outros 26% consideram que o cenário econômico se manteve.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, 53% dos entrevistados responderam que está mais difícil conseguir emprego hoje do que há um ano, representando um aumento de oito pontos porcentuais em relação ao levantamento anterior.
A variação foi a mesma no sentido contrário: há três meses, 43% consideravam que estava mais fácil conseguir um emprego, porcentual que agora é de 35%.
A Genial/Quaest fez entrevistas presenciais com 2.004 eleitores de 120 municípios entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.
Mesmo com queda na popularidade, a pesquisa aponta que Lula lidera em cenários de segundo turno contra potenciais candidatos da direita. Em um pleito hipotético contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, Lula está em vantagem numérica com 44% das intenções de votos, frente a 40% de Bolsonaro. Porém, os dois rivais estão empatados no limite da margem de erro, que é de 2 pontos porcentuais.
Em outro recorte, o levantamento apontou que 44% dos eleitores brasileiros têm medo do retorno de Bolsonaro. Por outro lado, 41% dizem ter receio de um quarto mandato de Lula no Poder Executivo.
A Genial/Quaest ainda fez um levantamento espontâneo de intenção de votos, onde os entrevistados declararam o nome de preferência sem ter acesso a uma lista de pré-candidatos apresentada pelos pesquisadores. Os resultados mostraram que Lula foi citado por 9% dos eleitores, Bolsonaro por 7% e Tarcísio por 1%.
Outros nove nomes foram citados, mas não alcançaram 1% das menções. Os indecisos somam 80% e 2% disseram que pretendem votar em branco ou nulo.
É a segunda pesquisa do instituto Genial/Quaest sobre o chefe do Executivo nacional nesta semana. Outro levantamento divulgado nesta quarta-feira, 2, mostrou que a desaprovação do governo federal chegou em 56% dos eleitores, sendo o pior percentual desde o início do mandato, enquanto a aprovação caiu e está em 41%, o menor patamar desta gestão. A margem de erro é de dois pontos percentuais, tanto para mais como para menos.
A pesquisa divulgada na quarta-feira expôs, pela primeira vez, um empate técnico entre aprovação e desaprovação na região Nordeste neste terceiro mandato de Lula. A pesquisa aponta que, embora o Nordeste seja a região onde o presidente Lula possui sua maior força e potencial de votos e a única onde a aprovação (52%) ainda supera a desaprovação (46%), houve uma queda significativa no apoio ao governo no local.
Lula lidera segundo turno contra todos os concorrentes
Os resultados da pesquisa do instituto Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira, 3, também revelam a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em todos os cenários de 2º turno contra potenciais candidatos da oposição.
A Genial/Quaest fez entrevistas presenciais com 2.004 eleitores de 120 municípios entre os dias 27 e 31 de março. O índice de confiabilidade é de 95%.
Diante do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o atual presidente da República reuniria 43% das intenções de voto contra 35% do adversário. Os que não sabem em quem votariam são 4%, e o índice de brancos e nulos alcançaria 19%.
Contra o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), Lula marcou 44% contra 35% do influencer. Brancos e nulos somam 17% e outros 4% estão indecisos.
Caso o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, deseje se candidatar à presidência contra Lula, o atual chefe do executivo alcançaria 45%, enquanto Eduardo teria 34% das intenções de votos.
Em comparação à pesquisa feita em janeiro de 2025, Lula tinha 44% enquanto Eduardo mantinha os mesmos 34%. Os indecisos somam 4% e 17% disseram que preferem votar em branco ou nulo, ou não ir às urnas.
Já em um hipotético pleito com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Lula teria 43% contra 31% do adversário. O governador cresceu 3 pontos percentuais desde a última pesquisa, enquanto Lula caiu 2 pontos. Os indecisos somam 5% e outros 21% responderam que preferem votar em branco ou nulo, ou não ir ao pleito.
Em um eventual segundo turno contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), Lula aparece com 44% e Caiado com 30%. Apesar dos 14 pontos percentuais que separam os dois políticos, Lula aparece em constante queda em um cenário contra Caiado.
Os resultados da pesquisa divulgada em dezembro de 2024 mostravam que a intenção de voto era de 54% e, em janeiro, passou a ser 45%. Caiado, por sua vez, tinha 20% e, no último levantamento, chegou a 26%.
Entre os cenários apresentados pelo levantamento, este é o com maior índice de votos em branco, nulos ou de eleitores que pretendem se ausentar (22%). Indecisos, por sua vez, somam 4%.
Tarcísio e Michelle lideram para substituir Bolsonaro
Ainda de acordo com a pesquisa Genial/Quaest mais recente, 15% dos entrevistados citam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) como quem deveria ser o candidato da direita. Enquanto isso, 14% apontam o nome de Michelle.
A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, ou seja, os dois estão tecnicamente empatados, ao lado do ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), citado por 11% dos brasileiros.
Em um cenário de disputa entre a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL), o presidente obtém 44% de intenções de voto, enquanto ela alcança 38%. Os indecisos somam 3% e outros 15% dos entrevistados pretendem votar em branco, nulo ou não ir para as urnas.
Já em disputa com o governador Tarcísio de Freitas, Lula teria 43% contra 37% do republicano. Indecisos somam 4% e brancos e nulos são 16%. A distância entre os dois caiu de 9 para 6 pontos percentuais, em comparação à pesquisa anterior da Genial/Quaest, divulgada em janeiro.
Em umrecorte entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2022, e que teriam portanto mais propensão a escolher um nome deste campo, Michelle é citada por 26% dos eleitores, enquanto Tarcísio é apontado por 24% como melhor opção.
Neste caso, Pablo Marçal fica bem para trás, citado por 12% dos eleitores do ex-presidente. Neste caso, Eduardo Bolsonaro fica em quarto, escolhido por 8% dos que votaram no pai em 2022.
Entre os que votaram em Lula, Tarcísio é citado como melhor nome da direita por 10%, mesmo índice do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e um ponto a mais do que o de Pablo Marçal, apontado por 9%.
Inflação tem minado popularidade do governo Lula, diz economista
A incapacidade para conter a inflação é um fator importante na queda de popularidade do governo Lula (PT), que vem acelerando a cada nova pesquisa de opinião publicada nos últimos meses. Esta é a visão do economista Davi Azim, ouvido pelo O POVO News nesta quinta-feira, 3.
"Nós estamos vivendo um momento inflacionário muito grave. O governo não consegue, mesmo com o Banco Central elevando a taxa Selic, tentando conter um pouco mais a inflação, que eu sempre disse que é um remédio amargo, não está conseguindo ter de forma mais contundente o controle inflacionário. Então, na realidade, o governo está perdendo a mão na área econômica", apontou.
E seguiu: "Quando perde a mão na área econômica, o bolso das famílias, das empresas, sentem. Então, isso reverbera em toda a economia e realmente traz essa desaprovação governamental. Fora outras promessas políticas, outros discursos políticos que não têm funcionado na prática e isso a população sentem e anda descontente com isso".
Azim cita ainda o endividamento crescente e a falta de boas perspectivas de melhora como fatores preocupantes para o governo. Para ele, promessas de campanha em relação ao acesso mais fácil a determinados alimentos acabaram não se cumprindo, na prática.
"É a falta de pragmatismo com relação ao discurso do governo. Por exemplo, o governo falava que as pessoas teriam mais acessos a alimentos, alimentos mais nobres, inclusive (como a picanha), mas o acesso a esses alimentos está muito complicado. A inflação, em geral, é algo que noto ser a questão principal em relação à sensibilidade das pessoas em relação ao governo", avaliou.
"Tecnicamente falando, o governo tem relação dívida/PIB cada vez mais crescente e isso preocupa analistas, porque isso não é interessante para o país e para seu desenvolvimento. O cenário não é de tendência a melhorias, aí vem a questão do alimento, a questão da carga de impostos para a população, enfim, o governo gasta muito, não consegue conter a sua fome por gastar e aí prejudica a população", analisou