O senador Eduardo Girão (Novo) se mantém como pré-candidato ao Governo do Ceará nas eleições de 2026. Em entrevista ao O POVO neste domingo, 6, ele contou que tem conversado com nomes do PL e do União Brasil.
"Já é natural que eu coloque meu nome, mas isso é uma construção de grupos verdadeiramente de oposição. Não quem estava até poucas semanas atrás aliado com essa turma que está no poder e, hoje, de uma certa forma, se pinta como posição", disse durante ato em defesa da anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023.
E seguiu: "Eu acho que tem que ter coerência, né? E, desde o início, nós temos essa coerência. Vamos colocar o nosso nome junto com o PL, junto com outros partidos, tem o próprio União Brasil, tem o PSDB, que tem uma história de oposição não apenas a nível local, mas a nível nacional".
A pré-candidatura de Girão ao governo cearense foi antecipada por ele ao O POVO em 5 de março. Neste domingo, ele também ponderou ter "muita discussão pela frente".
Questionado sobre os apoios que tem buscado, o senador mencionou conversas com o presidente estadual do União Brasil, o ex-deputado federal Capitão Wagner; bem como com os dirigentes do PL Ceará e Fortaleza, respectivamente, o deputado estadual Carmelo Neto e o deputado federal André Fernandes.
Sem citar nomes, o pré-candidato também pontuou diálogo em nível nacional. "Você vê que a bancada do PL é junta com a bancada do Novo lá no Senado. Nós fazemos o mesmo bloco, o Bloco Vanguarda. Eu me dou muito bem com os senadores do PL. Então, existe conversações", acrescentou Girão.
Quanto à possibilidade do ex-prefeito Roberto Cláudio migrar do PDT ao União Brasil em busca de pleitear a vaga de Elmano de Freitas (PT) no Palácio da Abolição, o senador reforçou necessidade de diálogo e teceu críticas ao ainda pedetista.
"Eu vejo que até a pandemia o RC foi um bom gestor de Fortaleza, mas é como eu falei, ele estava com José Sarto agora e você vê a quantidade de críticas que nós estamos tendo aí. Não foi nem para o segundo turno, porque foi uma uma gestão muito sofrível. E o Roberto Cláudio que colocou o Sarto lá, e até pouco tempo estava junto com o PT também, né?", disse.
E complementou: "Não adianta você tirar a camisa, trocar a camisa, mas continuar a alma dentro do método de governar, que me parece que o cearense já está saturado. Cearense está querendo coisa nova, mas temos que conversar, e a política tem que ter três coisas: coerência, integridade e coragem".
Contrário à reeleição, Eduardo Girão sugeriu os nomes da vereadora Priscila Costa (PL), da suplente de deputada federal Dra. Mayra Pinheiro (PL) e do deputado estadual Sargento Reginauro (União Brasil) como opções para ocupar a vaga dele no Senado.
"A Priscila é um outro grande nome para o Senado. A doutora Mayra também, que sempre teve conosco nesses eventos da anistia, é um nome forte. Então, tem ótimos nomes para se construir, até meu suplente que é do União Brasil, Sargento Reginauro. E eu acho que a gente tem bons quadros para fazer uma oposição. O importante é deixar a vaidade de lado", disse.
Quanto ao pai de André Fernandes, que foi lançado pré-candidato à Casa Alta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), Girão considerou-o "um bom nome, uma pessoa de valores e princípios".
A oposição ainda não definiu o nome que disputará a eleição para senador em 2025. Do lado da base do governo, há vários nomes disputando a indicação à Casa Alta, dentre os cotados estão Cid Gomes (PSB), José Guimarães (PT), Eunício Oliveira (MDB), Chiquinho Feitosa (Republicanos) e Júnior Mano (PSB).
Girão foi eleito senador em 2018 e chegou a se candidatar a prefeito de Fortaleza em 2024, quando recebeu 1,06% dos votos válidos (14,8 mil votos). O senador cearense também se candidatou a presidente do Senado neste 2025, mas não se elegeu.
Ele é próximo de nomes como Capitão Wagner e dos deputados André Fernandes e Carmelo Neto, que também tiveram candidaturas próprias no último pleito municipal e fazem oposição aos governos do PT no Ceará e em Fortaleza.
No cenário para o governo estadual, Elmano de Freitas é cotado para disputar a reeleição pela base governista. Wagner e Roberto Cláudio também já sinalizaram interesse na vaga pela oposição, mas buscam unidade dentro do grupo. O PL também terá papel determinante no cenário de definições que devem ocorrer ao longo deste ano e de 2026.