Os deputados estaduais De Assis Diniz (PT) e Guilherme Sampaio (PT) naturalizam as disputas internas do Partido dos Trabalhadores no Ceará em meio à corrida para a presidência da sigla e ao lançamento de pré-candidaturas para as eleições de 2026.
Os parlamentares estiveram em sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) em alusão aos 190 anos da Casa, nessa segunda-feira, 7. Na ocasião, De Assis destaca que o “PT é natural à disputa” e que “não há motivo que possa levar, na tese, a qualquer ruptura” após o resultado das eleições no partido no próximo mês de julho.
“Não existe elemento para isso. Até mesmo porque, quem fala dentro de uma lógica do que é a realidade do PT, o PT é natural à disputa. O PT é natural que se dialogue posição. É um verdadeiro partido exercendo sua democracia. Não é um partido que se tranca dentro de um gabinete e define. Você tem isso, você tem aquilo”, disse De Assis.
Ele continua: “É um partido que disputa posição. É um partido que disputa as teses. A essência da dialética, nós exercemos também. Tem a tese, vai para a disputa, tem a antítese e lá a gente produz uma síntese. Então, eu não vejo elemento nem estrutura para isso”.
O deputado Guilherme Sampaio, líder do governo Elmano na Alece, afirma que “tem havido um diálogo muito produtivo, muito construtivo e muita abertura ao diálogo entre todas as correntes internas do PT. Todos nós temos a compreensão de que o PT deve ser o principal sustentáculo do nosso projeto político no Ceará, junto com os partidos aliados”.
Para o parlamentar, há até a possibilidade em um consenso internamento na sigla em lançar candidatura única nas próximas eleições internas da legenda, que agora conta com grupos ligados a lideranças de peso na política cearense, como o governador Elmano de Freitas, do Campo Popular, Luizianne Lins, do Campo de Esquerda, e José Guimarães, do Campo Democrático.
“Eu imagino que pelo que nós temos dialogado, seja muito viável a possibilidade inclusive de uma candidatura de consenso para presidência do partido no estado e na capital e eventualmente até para o esforço de chapas que agrega em vários campos políticos”, disse Guilherme Sampaio
As filiações em massa ao Partido dos Trabalhadores têm sido foco de críticas, especialmente por parte da ex-prefeita de Fortaleza e deputada federal Luizianne Lins, liderança do Campo de Esquerda, grupo dentro do PT, agora lançada como pré-candidata ao Senado Federal para 2026.
Essa é uma das discussões internas no partido. Nessa segunda-feira, 7, durante encontro do Campo de Esquerda no bairro Benfica, Luizianne voltou a criticar grupos petistas que têm aderido à integração de “agentes internos e alheios” à sigla.
"O que nos espanta desde o ano passado, da disputa interna no partido, onde começamos a ver movimentos extremamente não é nem inoportuno (...) Começamos a ver agentes externos, alheios ao PT e que nem sequer são filiados ao partido, fazendo filiações para a disputa do PT. Temos uma máquina de filiação que chegou dentro do partido”, disse a deputada.
Ela continua: "E para dialogarmos com outros grupos dentro do PT, que são petistas e não são alheios ao partido, a gente sempre se respeitou dentro das divergências, mas esse tipo de entrismo é para acabar com o partido”.
Guilherme Sampaio minimiza a filiação em massa e diz: “Quem conhece a dinâmica do processo eleitoral sabe que quando a gente vence eleição, sabe que o período de campanha sempre atrai muito uma militância ou simpatizantes que não tinham filiação para uma situação de formalização do seu vínculo com o partido”.
“Um determinado prefeito vence uma eleição e ele é filiado ao partido e isso anima muita gente a se filiar ao partido e o PT foi muito vitorioso nas últimas eleições no Ceará, em Fortaleza e em vários municípios”, completa o deputado.
“Então quem conhece o PT sabe que esse processo influenciou muito no aumento do nosso número de militantes e qualquer problema pontual que seja denunciado, será apurado pelas direções executivas”, destacou Guilherme.