Presidente reeleito do PSB no Ceará, o ex-deputado Eudoro Santana reafirmou que o senador Cid Gomes (PSB) é uma unanimidade dentro do partido e sinalizou que a candidatura de Cid ao Senado em 2026 é "fundamental" para a eleição da chapa governista. Declarações foram dadas à Rádio O POVO/CBN, nesta segunda-feira, 28, um dia após a convenção do partido que reconduziu Santana ao comando da sigla.
Eudoro, que é pai do ex-governador e hoje ministro da Educação Camilo Santana (PT), comentou a resistência de Cid a concorrer à reeleição e que tem apontado predileção pelo nome do deputado federal Júnior Mano, recém-chegado ao partido, caso o PSB tenha direito a uma indicação ao Senado.
Para o dirigente partidário, a presença de Cid na chapa em 2026 é fundamental, inclusive, para os planos de reeleger o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). "Isso não muda muito a relação do companheiro Cid com o PT. Logicamente é uma opinião dele, ele tem o direito. Nós achamos, e várias lideranças do PT também acham, que a presença do Cid é fundamental no Senado Federal, inclusive na chapa para reeleger o companheiro Elmano. Esse é o pensamento nosso, inclusive é a minha visão".
Eudoro afirmou não ter nada contra candidaturas alheias, mas ressaltou a liderança de Cid. "Não temos nada contra ninguém, qualquer companheiro nosso do PSB tem o direito de disputar o mandato, mas na verdade nós entendemos que ele (Cid) deveria continuar pela importância, pela liderança, pela capacidade de articulação que tem e porque nós consideramos fundamental essa participação dele para garantir que em 2026 a gente possa reeleger o nosso governador e fazer os dois senadores", pontuou.
Questionado sobre se uma eventual candidatura de Cid seria mais fácil do que emplacar Júnior Mano, Eudoro não negou que o atual senador tem um potencial largo para conseguir reeleger-se.
"É difícil medir isso, mas não há dúvida de que ele é senador, é uma grande liderança que é aceito pelos partidos do nosso campo. Todos acham que ele deve participar da reeleição, que ele soma, que ele tem uma reeleição - lógico que ninguém tem uma eleição certa - mas que ele tem um potencial muito grande. Ele é uma unanimidade dentro do partido", explicou.
Eudoro disse que a sigla está aberta para discutir, mas que sua posição será pela defesa de Cid candidato. "Lógico que, se colocar outra (candidatura), começa a ocorrer uma divisão, que é natural que cada um tenha o seu candidato. Agora, é importante deixar claro que, assumindo novamente a presidência do PSB, nós nos posicionamos abertos a qualquer discussão", enfatizou.
Eudoro acredita que há tempo ainda para chegar a um acordo, visando a disputa no ano que vem. "A eleição é em 2026, nós temos bastante tempo. Não há dúvida de que nós vamos nos entender. A nossa unidade, não só em termos de partido, mas a união das forças é fundamental. Vamos trabalhar, são dois candidatos ao Senado, há portanto um caminho longo a percorrer, mas vamos trabalhar".
Por fim, questionado se o prefeito de Recife (PE) João Campos (PSB), que esteve presente no evento do último domingo em Fortaleza e é apontado como candidato à Presidência num futuro próximo, poderia significar um racha entre PSB e PT, Eudoro tratou de colocar panos quentes na questão.
"Acho que esse é ainda um longo caminho. Ele vai primeiro ser candidato ao governo, com grande potencial a ganhar o governo de Pernambuco. Depois vem a possibilidade de reeleição, aí só depois. Acho que está muito longe (do momento) de tratar isso", disse.
E continuou: "Ainda temos uma grande caminhada, uma grande responsabilidade, que é garantir a derrota da direita no Brasil. Isso é a nossa grande preocupação. Está muito longe para ficar discutindo o nome dele, acho que vamos ter uma duas eleições antes", finalizou.