O vereador de Caucaia Tancredo dos Santos (PL), defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pode ser suspenso de suas atividades por 30 dias após ser denunciado à Comissão de Ética da Câmara Municipal de Caucaia por violação de decoro parlamentar. O requerimento de suspensão foi apresentado oficialmente pela presidência da Câmara do município em sessão nesta terça-feira, 29.
O relatório apresentado à Comissão pela vereadora Natércia Campos (PSB) e elaborado pelo vereador Thiago Conrado (Republicanos), expõe declarações polêmicas, violação de decoro parlamentar, derrubada do muro que pertencia ao patrimônio público do município, execução de obras em vias públicas, operação de máquinas e veículos públicos oficiais sem autorização e distribuição de medicamentos em postos de saúde sem transporte adequado.
Além disso, foi alegado no relatório que o vereador “agiu de maneira incompatível ao exercício do mandato parlamentar”. Acrescenta ainda que o vereador “ofendeu, difamou e injuriou” as vereadoras Germana Sales (PT), Natércia Campos (PSB) e o vereador Neto do Planalto (Republicanos). A representação foi assinada por 13 dos 23 vereadores da Câmara.
Em pronunciamento nas redes sociais, o vereador denunciado diz que o “sistema é bruto” e declara que é vítima de perseguição política. Na sessão ordinária da última quinta-feira, 24, Tancredo declarou que seus recursos financeiros foram retidos devido a uma ordem judicial. Ele acrescenta que seu direito de alimentar a própria família foi retirado e diz repudiar a denúncia.
Em entrevista ao O POVO, o presidente da Câmara Municipal de Caucaia, vereador Tanilo Menezes (MDB), afirmou que o parecer da Comissão depende da nova votação, que deve ocorrer na próxima terça-feira, 6. Para a suspensão ser aprovada, são necessários 16 votos dos vereadores em desfavor de Tancredo dos Santos.
O chefe do Legislativo de Caucaia também comentou o caso: “É necessário manter o respeito com os colegas dentro da Câmara. Ele é livre para fazer o que quiser fora da Casa, mas também não pode extrapolar”. Acrescentou ainda que o vereador é um “bolsonarista radical”, mas que deve seguir as normas de decoro no Parlamento.