Após protocolar um pedido de CPI na Câmara, opositores ao governo afirmaram ter conseguido coletar o número mínimo de assinaturas - 171 na Câmara e 27 no Senado - para protocolar agora o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) disse que o número foi alcançado no fim da tarde de ontem, pouco tempo depois de Lupi anunciar sua demissão do cargo. A ideia do grupo é protocolar o documento na segunda-feira, 5.
A CPMI é um recurso visto pelo grupo como uma forma de contornar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), caso ele decida não dar abertura ao processo. Motta sinalizou ao líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), que há outros 12 requerimentos que aguardam análise dele e que daria uma resposta no futuro sobre o que faria.
Uma CPI Mista pode ser aberta em sessão do Congresso, após leitura do presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Isso ocorreu em 2023 com a CPMI do 8 de Janeiro.
Lupi vinha sendo pressionado desde a semana passada para deixar o cargo. A reação dos opositores no Congresso também foi imediata. "A oposição continuará atuando com firmeza. A CPI da Previdência já foi protocolada na Câmara, e uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) está prestes a ser formalizada, com as assinaturas no Senado já reunidas e o apoio crescente na Câmara", disse, em nota, o deputado Zucco (PL-RS), que é líder da oposição na Câmara.
O parlamentar ainda avaliou que a queda de Lupi e do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto marca o "início de uma série de afastamentos que devem alcançar diversos escalões do governo". (AE)