Considerada uma das participantes centrais no esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios do INSS, a advogada Cecília Rodrigues Mota realizou 33 viagens internacionais ao longo de 11 meses em 2024.
Conforme a PF, o escritório da advogada Cecília Rodrigues Mota, localizado na capital cearense, repassou para beneficiários do esquema de fraudes cerca de R$ 14.081.937,35 de associações e de empresas relacionadas a ela.
O POVO esteve no endereço do escritório de Cecília, localizado no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza. No local, ninguém atendeu. A reportagem verificou ainda que o imóvel não possui campainha nem interfone, com sinais de que esses dispositivos teriam sido removidos.
Entre os acompanhantes recorrentes da advogada está Tiago Alves de Araújo, diretor jurídico do CRM, que participou de ao menos 15 viagens, mesma quantidade de Natjo de Lima Pinheiro.
Tiago recebeu cerca de R$ 120 mil em múltiplas operações feitas pelo próprio escritório, conforme apontam os relatórios da PF. Tiago é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza (Unifor), com especialização em Advocacia Cível e pós-graduação em Direito Internacional.
Cecília é graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com pós-graduação em Fomento Mercantil e Processo Civil. Ela é fundadora e presidente do escritório CRM Advocacia, que possui filiais em Brasília (DF) e São Paulo. Segundo informações anteriormente disponíveis no site da empresa, atualmente fora do ar, a advogada atua com foco em Soluções Jurídicas Especializadas.
Além de sua atuação jurídica, Cecília também presidiu simultaneamente as entidades cearenses apontadas nas investigações: a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB).
A Polícia Federal ainda destaca o volume e a frequência das bagagens transportadas nas viagens. Em um deslocamento com destino a Dubai, por exemplo, foram contabilizadas 31 malas.