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Wagner diz que Ciro Gomes será "acolhido" na oposição
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Wagner diz que Ciro Gomes será "acolhido" na oposição

Com histórico de atritos com o ex-governador, Wagner defende união de "todas as forças" contra o Palácio da Abolição
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CIRO Gomes e Wagner podem compor mesmo bloco (Foto: Daniel Galber/Especial para O POVO)
Foto: Daniel Galber/Especial para O POVO CIRO Gomes e Wagner podem compor mesmo bloco

A aproximação do ex-ministro e ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT) das forças de direita do Ceará não é motivo de incômodo para o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), apesar do histórico de confrontos políticos e judiciais entre os dois. Pelo contrário. Wagner defende o entendimento como necessário e diz que Ciro ou qualquer outro que queira compor o bloco será "acolhido".

Na terça-feira, 6, Ciro participou de reunião da bancada de oposição na Assembleia Legislativa. Estavam presentes deputados estaduais do PL, ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e do União Brasil, do grupo de Wagner, além da bancada pedetista, de Ciro.

Em entrevista ao O POVO após participar do programa Debates do Povo, na rádio O POVO CBN, na sexta-feira, 9, Wagner comentou o encontro.

"Eu sempre defendi que a oposição tinha que juntar todas as forças, todos os partidos, todos os quadros para fazer o enfrentamento contra uma máquina que hoje é tripla, com Prefeitura de Fortaleza e os governos estadual e federal, sem falar das prefeituras do Interior", ponderou ele.

E seguiu: "Todo e qualquer indivíduo ou agente político que quiser se somar à oposição vai ser acolhido para que a gente possa fazer a construção de um projeto que seja amplo em todas as áreas e, quem for escolhido para disputar a eleição para governador, possa defender esse projeto".

Questionado sobre os atritos nacionais e os que já protagonizou com Ciro, Wagner revelou que eles ainda não conversaram. "A gente não se sentou para discutir nem para conversar a respeito disso. Lógico que a gente vai ter um momento para isso, mas com muita tranquilidade e amadurecimento".

"Colocando o interesse pessoal, a vaidade ou a mágoa em segundo plano, a gente vai conseguir, sim, contornar tudo isso e construir um projeto para o Estado", complementou o ex-deputado.

No encontro de terça passada na Assembleia, Ciro defendeu a formação do bloco, sem deixar de reconhecer as diferenças que existem entre as diferenças forças.

"Se nós tivermos em atenção que nosso grande projeto é salvar o Ceará, as diferenças terão que ser tratadas na frente do povo. Nós conversamos sobre isso hoje. Olhando no ponto de vista nacional são diferenças às vezes incontornáveis. Porém, se nós temos em atenção que a tarefa é salvar o Ceará, as diferenças podem ser tratadas de uma forma correta, respeitosa, leal, em que a gente estabeleça pontos de convergência, por exemplo, a política no Ceará", argumentou o ex-governador e ex-ministro.

Na única menção a Capitão Wagner durante a entrevista, ele afirmou que o ex-deputado não teria intenção de disputar cargo majoritário, de governador, vice ou senador, o que tornaria a montagem de chapa "relativamente simples", segundo Ciro.

Em referência ao deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL) — ambos bolsonaristas ferrenhos — Ciro disse desejar votar nele para senador. E afirmou que Alcides possui "todos os dotes, todas as qualificações".

Sobre a candidatura a governador, Ciro mencionou Roberto Claudio (PDT) como alternativa. Mas, durante o encontro, a portas fechadas, cogitou ele mesmo concorrer, se as pesquisas o apontarem como mais viável.

"Alguns nomes, muito generosos, lembram o meu nome, mas não pretendo mais ser candidato a nada. Mas à luz dessa situação do Ceará, eu não posso me eximir de cumprir meu papel", disse em entrevista coletiva.

Com informações de Guilherme Gonsalves

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