André Figueiredo, deputado federal e presidente estadual do PDT, afirmou nesta segunda-feira, 12, ter um bom diálogo com Ciro Gomes e Roberto Cláudio, ambos hoje filiados ao PDT. Ele afirma que buscará uma conversa com eles para ouvir suas ideias e disse esperar que continuem na sigla brizolista.
"Nós temos um excelente diálogo tanto com o Roberto como com o Ciro. Então nós vamos conversar para saber exatamente qual é a ideia deles, mas esperamos sim que eles continuem no PDT", disse ao O POVO.
"O Ciro e o Roberto são companheiros nossos de PDT e vamos conversar para saber qual é a ideia deles para não ficarmos apenas nas hipóteses. Nós queremos realmente ter uma definição e com essa definição saberemos definir o caminho", completou.
Ciro e RC se posicionam em linhas diferentes do partido como agremiação. O ex-prefeito de Fortaleza se lançou como pré-candidato ao Governo do Ceará e é cotado para se filiar ao União Brasil. A possível ida seria para acomodar o ex-prefeito em uma sigla sem muitas relações com o PT. Apesar do União Brasil ter espaço nos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parlamentares, em sua maior parte, no Ceará, o partido atua, em maior parte, como oposição ao governador Elmano de Freitas (PT).
No caso de Ciro, ele teve recente reunião com a oposição, incluindo deputados estaduais bolsonaristas, e abriu a possibilidade de também disputar o Executivo cearense contra o PT em 2026. A hipótese seria se seu nome aglutinasse mais, embora a preferência dele seja pelo nome de RC na corrida pelo Palácio da Abolição.
A única certeza de posicionamento do PDT no Ceará é de que o partido é base da gestão do prefeito Evandro Leitão, de acordo com André Figueiredo.
Já em relação ao Governo Lula, o deputado afirmou que a sigla se tornou independente na Câmara dos Deputados por uma relação "desconfortável" com a presidência após Carlos Lupi deixar o Ministério da Previdência Social em meio a investigações de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Figueiredo disse, porém, que mesmo deixando a base, o PDT continuará apoiando e votando em pautas do Governo Federal que comunguem com a história e valores da agremiação.
"Eu acho que o momento que o PDT passa é lógico que existe responsabilidade por todos que fazem o partido. Nós nos tornamos independentes, achamos que o relacionamento com o Governo Federal é desconfortável, mas isso não significa que vamos estar votando pautas que não sejam aquelas historicamente defendidas por nós que é a defesa dos direitos dos trabalhadores e de políticas de inclusão que façam com que a justiça social possa voltar a crescer no Brasil", afirmou André.