Em meio às chuvas intensas que assolaram Fortaleza no sábado de Carnaval, em fevereiro deste ano, a servidora pública Solange Montenegro, de 60 anos, jamais imaginaria que aquele dia se tornaria um desafio para a resistência de seu carro. Presa em uma rua alagada ao sair de casa, a motorista do Toyota Corolla viu-se impotente diante da água. "Eu fui tentando contornar a situação, só que num determinado momento eu entrei numa rua que estava totalmente alagada, então o carro boiou. Boiou de eu ter medo de ele bater e se chocar contra um poste. As pessoas da rua me ajudaram", relembrou. Diante da situação desesperadora, Solange recorreu imediatamente ao seu corretor de seguros, Paulo Jurema Costa, 54, em busca de uma solução. Embora preocupada, a servidora mantinha a esperança de resolver o problema com o mínimo de prejuízo possível, mesmo após avaliação que constatou perda parcial do motor e outros reparos. O orçamento total do prejuízo superou os R$ 45 mil. No entanto, o valor da franquia a ser pago por Solange ficou em torno de R$ 4 mil. "Eu vou ter uma vantagem econômica muito grande de mais de R$ 40 mil"; mas não descarta um lado negativo em relação ao tempo de espera do seguro. "Não tenho a menor previsão de quando receberei o carro. "Apesar de a questão do prazo ser um obstáculo, a servidora não cogita adquirir um carro sem seguro, e muito menos trocar de corretor. "Eu mudo de seguradora, mas eu não mudo de corretor. Ele faz cotações das seguradoras a um preço acessível; e é claro que nem sempre a gente pega aquela que é mais barata, ele me ajuda a fazer uma relação de custo-benefício." Há anos nessa atuação com Solange e outros clientes, o corretor Paulo Jurema trabalha no ramo formal dos seguros desde 2005, com uma média de 1.200 itens protegidos por ano. Para ele, é primordial fornecer assistência aos segurados. "Vender (seguro) não é tão difícil assim. Agora prestar um atendimento de qualidade precisa do atendimento pessoal." "É importante que, assim como a Solange, o cliente saiba a melhor maneira de agir na hora do prejuízo. Tanto eu quanto vários dos meus colegas procuramos fazer esse trabalho realmente consultivo. O cliente chega com uma demanda e explica a sua situação. Então, a gente vai buscar nas diversas seguradoras do mercado aquilo ali que é o melhor para o cliente, em todos os ramos", detalhou o corretor. Paulo comentou que a evolução do mercado de seguros foi bem significativa ao longo dos anos, especialmente em função das mudanças culturais e tecnológicas. "Há agilidade para realizar os procedimentos de forma online, até mesmo no caso de vistorias. Os jovens também buscam adquirir mais seguros pela internet, apesar de o trabalho consultivo ser o ideal. "O corretor relatou, ainda, que os diversos segmentos de seguros têm evoluído, mas que a proteção pessoal foi um ponto que recebeu um olhar especial com a pandemia de covid-19. "Houve uma mudança radical na busca por seguros e uma preocupação muito grande em resguardar as vidas. Antes, as pessoas tinham muito preconceito com o seguro de vida. Hoje, ainda existe esse tipo de situação, mas já está bem menor. "Outros pontos relacionados à educação financeira têm influenciado o setor de seguros no Brasil, que, mesmo em crescimento, ainda não conta com a maioria da população assegurada. Em muitos casos, as pessoas não entendem completamente os benefícios dos seguros ou subestimam os riscos financeiros que enfrentam, de acordo com o economista Alex Araújo. Algo que os especialistas veem como uma oportunidade de crescimento do mercado à frente.