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Esperança de trégua para evitar novo banho de sangue em Gaza
Reportagem

Esperança de trégua para evitar novo banho de sangue em Gaza

| GUERRA | Em meio aos temores sobre uma ofensiva israelense na superpovoada cidade de Rafah, o Hamas informou que estuda contraproposta de trégua. Negociações vinham estagnadas
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Negociações sobre uma possível trégua na Faixa de Gaza foram retomadas, na esperança de evitar o que pode ser um banho de sangue. O movimento islamista palestino Hamas comprometeu-se neste sábado, 27, (noite de sexta em Brasília) a estudar uma contraproposta de Israel para um cessar-fogo nos combates na Faixa de Gaza e a libertação de reféns.

As negociações se encontravam estagnadas e as duas partes trocam acusações sobre a responsabilidade pelo bloqueio.

"Hoje, o Hamas recebeu a resposta oficial da ocupação sionista à nossa posição que havia sido enviada aos mediadores egípcios e cataris em 13 de abril passado. O movimento estudará esta proposta e enviará sua resposta assim que seu estudo estiver concluído", disse em comunicado o número dois da ala política do Hamas em Gaza, Khalil al Hayya.

Na sexta, uma delegação egípcia chegou a Israel para tentar retomar as negociações sobre uma trégua que inclua a libertação de reféns em poder do movimento islamista Hamas, reportou a imprensa dos dois países.

A guerra fez 51 novas vítimas que perderam a vida no intervalo de 24 horas, informou nessa sexta o ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.

Israel prepara uma ofensiva terrestre na superlotada cidade de Rafah, fronteiriça com o Egito, no sul de Faixa de Gaza, considerada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu o último grande reduto do Hamas.

Depois de seis meses e meio de bombardeios e combates terrestres, Israel assegura que o Hamas tem quatro batalhões reagrupados em Rafah.

Muitos países e ONGs temem um banho de sangue nesta cidade, agora refúgio de quase um milhão e meio de palestinos, a maioria deslocada pela guerra.

A delegação do Egito, um dos três países mediadores ao lado do Catar e dos Estados Unidos, abordará questões de "segurança", segundo uma fonte próxima ao governo.

Segundo vários veículos da imprensa israelense, a delegação quer retomar as negociações para um acordo de trégua que envolva a libertação de "dezenas" dos mais de cem reféns cativos em Gaza.

Ao mesmo tempo, espera-se que diplomatas árabes e europeus de alto escalão, que viajarão este fim de semana à Arábia Saudita para uma cúpula econômica, mantenham discussões sobre a guerra em Gaza, indicaram fontes diplomáticas.

A guerra começou em 7 de outubro por um ataque de combatentes islamistas que mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo balanço baseado em dados oficiais israelenses.

Os comandos também sequestraram cerca de 250 pessoas, das quais 100 foram trocadas por presos palestinos em Israel durante uma trégua de uma semana no final de novembro. Israel estima que 129 permaneceram cativas e que 34 delas morreram desde então.

Israel prometeu destruir o Hamas, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, e lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza que até o momento deixou 34.356 mortos, em sua grande maioria civis, segundo as autoridades sanitárias do território palestino.

A guerra em Gaza recrudesceu os confrontos na fronteira entre Israel e Líbano, com disparos de artilharia quase diários entre o Exército israelense e o movimento islamista pró-Irã Hezbollah, aliado do Hamas.

O Exército anunciou nessa sexta que um civil israelense que trabalhava em uma obra morreu perto da fronteira por mísseis disparados a partir do sul do Líbano.

O Hezbollah, por sua vez, informou ter montado "uma emboscada" contra um comboio israelense nas Fazendas de Shebaa e "destruído dois veículos". (AFP)

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