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O temor de um massacre em Rafah
Reportagem

O temor de um massacre em Rafah

| TENSÃO | Há 1,5 milhão de pessoas na cidade, a maioria forçada a se deslocar de outras áreas de Gaza por causa da guerra
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem prometido que vai prosseguir com a ofensiva contra Rafah, cidade na fronteira com o Egito que, segundo as autoridades israelenses, é o último grande reduto do grupo islâmico Hamas.

A comunidade internacional levantou a voz contra esta ofensiva terrestre, por temer uma catástrofe humanitária em uma cidade que abriga 1,5 milhão de pessoas, a grande maioria deslocadas de outras áreas de Gaza pela guerra.

Segundo autoridades egípcias citadas pelo jornal americano Wall Street Journal, Israel planeja transferir os civis de Rafah para Khan Yunis, onde pretende montar tendas e centros de distribuição de alimentos.

A retirada de civis demoraria entre duas e três semanas e aconteceria em uma coordenação com Estados Unidos, Egito e outros países árabes, como os Emirados Árabes Unidos, segundo as fontes egípcias.

O diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o Oriente Médio, Fabrizio Carboni, destacou que tal retirada seria impossível nas condições atuais.

"Quando vemos o nível de destruição no centro (Gaza) e no norte, não está claro para nós para onde poderiam deslocar as pessoas (...) para que tenham abrigos decentes e serviços essenciais", disse Carboni.

Uma operação do tipo "seria um crime", declarou o diretor do serviço de imprensa do governo em Gaza, Ismail Al Thawabta, insistindo que o centro do território e a cidade de Khan Yunis "não podem receber de forma alguma" os deslocados de Rafah.

A violência também aumentou na fronteira de Israel com o Líbano, entre o Exército e o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas. Disparos de artilharia se tornaram rotineiros.

Além disso, o grupo islamista libanês Jamaa Islamiya, próximo ao Hamas, anunciou a morte de dois de seus altos dirigentes em um bombardeio israelense no Líbano.

O exército israelense havia informado pouco antes ter eliminado Mossab Khalaf, um dos comandantes deste grupo, que acusa de ter preparado um grande número de ataques terroristas contra Israel.

Em Israel, uma mulher ficou ferida após ser esfaqueada e baleada nesta sexta-feira em um subúrbio de Tel Aviv, anunciou um médico do hospital para onde foi levada. A polícia informou que o agressor, cuja identidade é desconhecida, foi morto.

Por outro lado, o ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben Gvir, da extrema direita, ficou levemente ferido em um acidente rodoviário quando voltava do local do ataque.

O ministro ficará em observação no hospital durante a noite, informou uma cirurgiã do estabelecimento aonde foi levado.

Um correspondente da AFP presenciou nesta sexta-feira disparos de mísseis contra uma casa no distrito de Al Rimal, na Cidade de Gaza. Os corpos de um homem, uma mulher e uma criança foram tirados dos escombros.

"Estava sentado vendendo cigarros e de repente um míssil caiu, que fez toda a região tremer, seguido de outro míssil, que voltou a sacudi-la. Corremos para ver o que havia acontecido e encontramos mártires: um homem, uma mulher e uma menina", disse à AFP uma testemunha, que pediu para não ser identificada. (AFP)

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