O sentimento de inquietude para a mudança de profissão encontrado com mais destaque na geração Z pode ser explicado pelas mudanças globais que promovem novas necessidades e expectativas das gerações em relação ao trabalho, analisa Adriana Bezerra, sócia-fundadora da Flow Desenvolvimento Integral, que trabalha com gestão de indivíduos, empresas e sociedade.
Adriana compara que os baby boomers, pessoas nascidas entre 1945 e 1964, colocavam a vida a serviço da carreira, com a busca pela estabilidade e segurança no emprego.
Com as gerações Y e Z, que já nasceram em um mundo acelerado pela tecnologia, há muito mais acesso a informações, oportunidades, uma maior expectativa de gratificação imediata e uma "menor tolerância" a frustração, trabalhos repetitivos e "sem sentido".
"Neste cenário, mudar de emprego parece ser uma opção mais concreta para a geração Z, caso as suas expectativas em relação não sejam atendidas, como desalinhamento cultural, falta de flexibilidade no trabalho, baixas oportunidades de desenvolvimento e crescimento pessoal. Estes são alguns fatores que impulsionam a troca de emprego na geração Z".
Em relação à compreensão do grupo dentro do mercado de trabalho, a sócio-fundadora explica que é necessário um maior investimento no desenvolvimento integral das lideranças.
"Isso passa por autoconhecimento que desenvolve habilidades socioemocionais, amplia o modelo mental, a flexibilidade cognitiva, o manejo do estresse, a autorregulação emocional, promovendo um ambiente psicologicamente seguro e gerador de vitalidade e realização", afirma.
Para a psicóloga, a adoção das práticas vai definir, de uma forma clara e responsável, a autonomia dos colaboradores, a comunicação não violenta, o feedback contínuo e construtivo e a diversidade e a inclusão.