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Santas populares: devoção que nasce e cresce no Ceará
Reportagem

Santas populares: devoção que nasce e cresce no Ceará

Lição de fé.
Edição Impressa
Tipo Notícia

Na próxima segunda-feira, dia 17 de junho, o documentário "Ela Não Queria Ser Santa", novo filme exclusivo do O POVO , conta a trajetória de três santas do povo que se tornaram ícones religiosos no Ceará: Mártir Francisca, Maria de Bil e Menina Benigna. A produção explora em detalhes a luta pela sobrevivência dessas mulheres, que sofreram feminicídios, e como essas tragédias as transformou em símbolos de "santidade".

Natural de Aurora, a jornalista Rozanne Quezado é fiel à Mártir Francisca e conta que sua história de devoção se originou ainda na infância. Ela conta que, ao ir junto à família ao sítio de um tio, passava pelo local onde Francisca havia sido assassinada.

"Havia apenas a pequena capela, que ainda hoje existe. Parávamos e a mamãe nos contava sobre o que houve ali. Para nós, crianças, aquele lugar era sagrado", narra.

Passados 30 anos, Rozanne explica que leu sobre a morte de Mártir Francisca e viu que havia muita coisa que ligava ela com sua família: Francisca e a família viviam nas terras de um tio seu; ela era afilhada de seus avós; quem atuou como médico legista foi um tio-avô; o próprio pai de Rozanne foi jurado no julgamento do assassino Chico Belo.

A jornalista conta que costuma recorrer à Mártir Francisca nos momentos de aflição. "Não a vejo como 'santa', mas, como um espírito de luz. A fé, para mim, é acreditar que somos ouvidos quando nos dirigimos a Deus ou algum espírito de nossa devoção. O fato de a Igreja reconhecê-la ou não como santa não muda absolutamente nada", sentencia.

Fiel desde criancinha à Menina Benigna, Maria da Penha, 62, que nasceu em Santana do Cariri, conta que morava próximo ao local do martírio da jovem. Ela relata que ficava impactada com o número de fiéis pagando promessas por graças alcançadas. Segundo ela, a beatificação da mártir fortaleceu sua crença.

"Eu sempre soube que as bem-aventuranças de Benigna iam ser reconhecidas, mas muitas vezes me perguntei qual geração minha ia contemplar esse momento. Tive oportunidade de participar da solenidade de beatificação e hoje sei que beata Benigna pode ir para os altares em todo e qualquer lugar do Brasil", celebra Maria da Penha.

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