Logo O POVO+
Maioria da população é contrária ao PL 1904
Reportagem

Maioria da população é contrária ao PL 1904

Enquete.
Edição Impressa
Tipo Notícia

Legalização é diferente de criminalização. Enquanto a maioria dos brasileiros se diz contrária à legalização do aborto em pesquisas, a possível equiparação ao homicídio para situações previstas em lei, como gravidez fruto de estupro, movimenta uma maioria também contrária.

Até esta segunda-feira, 17, mais de um milhão de pessoas haviam votado na enquete sobre o Projeto de Lei 1904/2024. Os resultados são computados desde o dia 17 de maio, com o total de 1.068.589 votos. Destes, 943.392 discordam totalmente do polêmico PL, o que equivale a 88% do total.

O segundo maior percentual na pesquisa é dos que concordam totalmente: 116.371 votos, equivalente a 12%. Opiniões menos enfáticas não chegam a 1% do total: 3.593 pessoas afirmam concordar "na maior parte" com o texto (0%); 436 votaram afirmando estarem "indecisos" (0%); e 4.797 discordam na "maior parte" (0%).

A enquete ainda inclui comentários positivos e negativos sobre a proposta. Na filtragem, contabilizam-se 1011 opiniões a favor do texto e 2559 contrárias.

Na primeira opção, os favoráveis se utilizam de analogias, comparando o procedimento a crimes hediondos. "[A proposta] impede assassinato de bebês/fetos por causa de um crime não cometido por eles", expressa um comentário.

No entanto, mesmo na opção favorável, observa-se uma grande quantidade de comentários apontando que "não há pontos positivos" na proposta. "Não há pontos positivos, essa lei é uma brecha enorme para condenar mulheres, além do trauma de serem vítimas", diz outra opinião.

Já os contrários, a maioria, apontam a realização do procedimento como "questão de saúde pública", cuja criminalização prejudicaria, em suma, parcelas mais pobres da população. "Esse PL misógino tenta criminalizar mulheres que recorrem à interrupção da gravidez como último recurso. O aborto é uma questão de saúde pública e não religiosa", expressa o comentário em destaque. (Ludmyla Barros)

O que você achou desse conteúdo?