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Reino Unido vai na contramão do extremismo
Reportagem

Reino Unido vai na contramão do extremismo

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Na contramão. É assim que o Reino Unido decidiu caminhar em relação ao continente europeu. Se por um lado, a tendência é de avanço da extrema direita em nações como Itália, França e Alemanha, no Reino Unido uma guinada à esquerda já é realidade. O Partido Trabalhista (centro-esquerda) confirmou uma vitória - de lavada -, nas eleições legislativas deste mês. Com isso, a esquerda voltou ao poder após 14 anos de gestões conservadoras.

Os trabalhistas conseguiram uma maioria colossal no Parlamento, passando a ter mais de 410 assentos, contra 120 dos conservadores (centro-direita), e batendo com folga o mínimo necessário para assegurar a maioria (326 cadeiras). Com isso, o advogado Keir Starmer passa a ocupar o posto de primeiro-ministro.

Em seu primeiro discurso na última sexta-feira, 5, Starmer destacou a responsabilidade de assumir o cargo e destacou a missão de reverter uma crise de confiança da população para com a classe política após anos de gestões conservadoras. "Temos que devolver a política ao serviço público. Mostrar que a política pode ser uma força para o bem", declarou.

Uriã Fancelli, mestre em relações internacionais pelas universidades de Groningen e Estrasburgo, avalia que o resultado aponta que o Reino Unido decidiu abordar problemas reais e questões urgentes para os países que compõem o território, que saiu recentemente da União Europeia (UE) e vem enfrentando repetidas crises na política interna.

"Ao rejeitar o populismo, o Reino Unido vai na contramão dos Estados Unidos e de grande parte da Europa, com planos pragmáticos para abordar imediatamente os desafios econômicos reais e estimular o crescimento por meio da cooperação empresarial e do investimento em tecnologia verde", denota. (Vítor Magalhães)

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