A assinatura da ordem de serviço do lote de 50 quilômetros de extensão da ferrovia Transnordestina entre os municípios de Quixeramobim e Quixadá foi o que mais rendeu cobranças na agenda do presidente Lula, no Pecém.

No momento da assinatura da ordem, o presidente da Ferrovia Transnordestina Logística (FTL/TLSA), Tufi Daher Filho, falava ao pé de ouvido com o ministro dos Transportes, Renan Filho, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após esse momento, o ministro cobrou da empresa maior velocidade no desenvolvimento do projeto, para que o presidente tenha a oportunidade de entregar a obra ainda neste mandato, citando ainda o calendário eleitoral de 2026. "Nós fizemos a lei e garantimos as condições para o acesso aos financiamentos que a empresa precisa. Você precisa construir um cronograma para ser justo com o presidente Lula para entregarmos a Transnordestina no ano de 2026, respeitando o cronograma eleitoral", disse no palco.

Lula também citou nominalmente o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, cobrando maior celeridade na liberação dos recursos. Durante sua fala, também destacou o interesse do governo em promover grandes projetos no Nordeste, similar ao que já foi feito com a Transposição do São Francisco e lembrou do histórico de atrasos em obras públicas, prejudicando o desenvolvimento da Região, o que classificou como "irresponsabilidade" de alguns gestores.

Antes do fim do evento, o presidente convidou Daher para "firmar compromisso" de que vai terminar as obras em 2026. "Se for necessário, coloque três turnos de obra."

Em resposta, o executivo da FTL/TLSA afirmou que, quando o Governo Federal liberar os recursos, podem tocar as obras dos dois lados do projeto, tanto do Interior sentido Pecém, quanto do Pecém no sentido Interior.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, reforçou que a obra permitirá que o Ceará receba soja e milho mais baratos, beneficiando também a bacia leiteira do Estado e o setor de calçados. "A conclusão da Transnordestina permitirá uma significativa redução dos custos."

Também presente na comitiva de ministros, Sílvio Costa Filho (de Portos e Aeroportos) pontuou que, quando a Transnordestina estiver pronta, a competitividade dos portos beneficiados deve aumentar em mais de 20% já no primeiro momento. E reafirmou a intenção do governo de retomar as obras do ramal pernambucano até o Porto de Suape.