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Os passos para construir um novo caminho
Reportagem

Os passos para construir um novo caminho

Mudança
Edição Impressa
Tipo Notícia

Uma maneira de evitar a supressão vegetal para a instalação de fazendas solares seria instalar as usinas em áreas já desertificadas ou degradadas, sem desmatar as matas nativas do Estado. A suspeita de ambientalistas, no entanto, é que as terras preservadas são mais baratas para se adquirir e limpar.

Além de ressignificar as áreas desertificadas — em 2019, já correspondiam a 12,85% do semiárido brasileiro e 5,3% do Ceará —, o biólogo indica que a criação de unidades de conservação deveriam caminhar junto com a implantação dos empreendimentos. "Deveria ser parte da compensação ambiental, que é exigida por lei, na mesma área afetada."

Os empreendimentos e os governos estaduais também deveriam investir em linhas de pesquisa voltadas ao estudo dos impactos das solares. Com os dados públicos e transparentes, seria possível desenvolver políticas de conservação de espécies.

As empresas de energias renováveis têm a oportunidade de transformar a estratégia de implementação das usinas e liderar uma transição energética genuinamente justa. Mas para isso, é necessário compreender e admitir os principais impactos de cada um dos empreendimentos, priorizando a transparência de dados.

A transição energética pode desenvolver regiões, garantir empregos — apesar de a maioria dos empregos gerados terem curta duração — e estimular a conservação de habitats se as empresas aprenderem com os erros do passado (e do presente) e entenderem o valor da transição justa.

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