Logo O POVO+
Bets em Fortaleza: 68% são contra; homens e jovens lideram dentre os que apoiam
Reportagem

Bets em Fortaleza: 68% são contra; homens e jovens lideram dentre os que apoiam

| PERFIL DOS APOSTADORES | Dados são da Pesquisa "Apostas Esportivas Online", do Instituto Datafolha, realizada no período de 23 a 24 de setembro e encomendada pelo O POVO
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em agosto (Foto: ADOBE STOCK)
Foto: ADOBE STOCK Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em agosto

A maioria dos fortalezense (68%) é contra as apostas esportivas on-line, mais conhecidas como bets. Dentre os apostadores assumidos, 59% relatam mais perdas do que ganhos em um cenário local que atinge todas as raças e faixas salariais da capital cearense.

Todavia, são observados índices mais altos de apoio às apostas esportivas online entre os homens (29%, ante 15% entre as mulheres) e entre os que os jovens de 16 a 24 anos (33%, ante 15% entre os que têm 60 anos ou mais).

Os dados são da pesquisa “Apostas Esportivas Online”, do Instituto Datafolha, feita no período das eleições de 2024, encomendada pelo O POVO, no intuito de verificar o perfil dos apostadores em Fortaleza.

Foram realizadas 826 entrevistas com pessoas a partir de 16 anos, em todas as regiões da Cidade, entre os dias 23 e 24 de setembro. A margem de erro ficou em três pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.

Cenário das Bets em Fortaleza

As apostas são vistas de modo negativo para oito em cada dez fortalezenses (82%), onde 50% as avaliam como um vício e 32% como uma perda de dinheiro. Dos 16% que veem as apostas de forma positiva, 10% citam diversão e 3% acham que é um investimento financeiro ou fonte de renda. Outros 32% veem mais ganhos do que perdas e 8% nem ganhos, nem perdas.

Enquanto 81% nunca apostaram, 10% já fizeram apostas online, mas não costumam fazer mais e 8% costumam apostar online hoje em dia, mesmo que de vez em quando. Neste cenário, um em cada dez dos entrevistados autodeclarados pretos realiza apostas, além de 9% dos brancos e 8% dos pardos.

Média de gastos

A economista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Alesandra Benevides, faz um alerta e diz estar “muito preocupada” com as famílias neste cenário, especialmente as de baixa renda. “As pessoas ficam imaginando que vão ganhar a aposta, que vai dar certo, que vai voltar esse dinheiro muito mais do que o que apostou. Não é isso que acontece.”

A média mensal de gastos com apostas esportivas online foi de R$ 120, onde 38% gastaram até R$ 30, 23% mais de R$ 100, 17% de R$ 50 a R$ 100 e 15% de R$ 30 a R$ 50. No geral, 11% dos apostadores têm renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos, outros 10% acima de cinco salários mínimos e 7% até dois salários mínimos.

Da parcela que já jogou, os homens lideram (29%, ante 10% entre as mulheres) e novamente os jovens que têm de 16 a 24 anos (39%, ante 5% entre os que têm 60 anos ou mais).

Homens são mais afeitos às apostas

Retirando o dado de quem já apostou e observado apenas os que ainda costumam apostar, cerca de 15% dos homens responderam positivamente a esse hábito contra 3% das mulheres. Elas mostraram-se mais cuidadosas, com 73% se declarando contra os jogos, ante 63% dos homens. No total, 68% dos fortalezenses são contra as apostas, 21% são a favor, 5% são indiferentes e 5% não souberam responder.

No público a favor, apenas 15% eram do gênero feminino e 29% do masculino. A maior parte dos que costumam apostar tem entre 25 a 34 anos (15%), 16 a 24 anos (12%), 35 a 44 anos (9%), 45 a 59 anos (5%) e 60 anos ou mais (3%); com um nível de escolaridade predominantemente médio (11%), seguido de superior (8%) e do fundamental (3%).

Publicidade e responsabilidade

A questão das publicidades em torno dessas apostas junto a influenciadores também foi levantada pela economista Alessandra Benevides na rádio O POVO CBN. Ela cita que isso não deve ficar livre ou impune. “É preciso ter responsabilidade social (...), porque causa dependência. Você jogar uma família na dependência é muito cruel.”

“As pessoas não têm noção de como melhor gastar o seu dinheiro muitas vezes. Não estou generalizando, mas muitas vezes isso acontece. E você gastar com bet, você gera um hábito ruim. Muitas vezes um vício que não dá retorno. (...) Isso quando não toma empréstimo para apostar”, acrescenta a especialista sobre o tema.

Gleisi Hoffmann defende revisão sobre a regularização das bets no país | O POVO NEWS

Mais notícias de Economia

Revisão

Após a Lei das Bets ter sido aprovada e estar em fase de regulamentação em 2024, o Governo Federal e o Congresso Nacional estão olhando para uma revisão nas diretrizes que norteiam as empresas atuantes neste segmento no Brasil, tendo em vista o crescente impacto financeiro na renda das famílias.

Ajuda contra o vício em apostas

Grupo Jogadores Anônimos

Reuniões às segundas-feiras

Horário: 19h30min às 21h30min

Endereço: Rua São Paulo, 32, Sala 316, Centro, Fortaleza

Reuniões às quintas-feiras

Horário: 19h30min às 21h30min

Endereço: Av. Almirante Barroso, 949, Praia de Iracema, Fortaleza

Reuniões aos sábados

Horário: 10h às 12h

Endereço: Também na Av. Almirante Barroso, 949

Contato

WhatsApp: 85 98929-5589

Site: www.jogadoresanonimos.com.br

Casa Despertar (Clínica de Reabilitação)

Comunidade Terapêutica

Endereço: Rua Ângelo Rodrigues Monteiro, 40, Telha, Aquiraz, Ceará

Clínica Especializada

Endereço: Rua Manoel Feliciano de Lima, 11, Aquiraz, Ceará

Contato

WhatsApp: 85 98865-2500

Site: www.casadespertar.com.br

O que você achou desse conteúdo?