Desde a redemocratização do Brasil, Juazeiro do Norte ainda não tinha reeleito um prefeito. Glêdson Bezerra (Podemos) quebrou o tabu. O fato inédito é o grande destaque das eleições 2024 no Cariri e foi celebrado pelo vencedor antes mesmo da consolidação do resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Às 19 horas, com cerca de 50% das urnas apuradas, Glêdson cantou vitória: "Venceu o povo de Juazeiro do Norte", disse o prefeito ao repórter Rogério Brito, da rádio O POVO CBN Cariri.
A eleição histórica foi a última decidida em turno único. Em 2028, decerto, Juazeiro ultrapassa a marca de 200 mil eleitores. Neste pleito, mais de 198 mil estavam aptos a ir às urnas. Doravante, as atenções da classe política cearense para a cidade fundada e já administrada por Padre Cícero vão aumentar.
O maior colégio eleitoral do Interior continua sob o comando de um político adversário do grupo que hoje governa o Estado, cujos expoentes são o governador Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação Camilo Santana (PT). Ambos se empenharam na campanha do aliado do início à linha de chegada.
Uma eventual vitória de Fernando Santana (PT), portanto, cairia no saldo do governador e do ministro, em certa medida. A derrota, por óbvio, também arranha o capital eleitoral das duas lideranças petistas em Juazeiro.
É o segundo revés consecutivo do governismo na Terra do Padre Cícero. Em 2020, o então prefeito Arnon Bezerra, apoiado por Camilo, governador à época, perdeu para Glêdson.
Desta vez, além de Camilo, o PT também apostou na imagem de Lula como cabo eleitoral, ainda que o presidente não tenha visitado a cidade para participar da campanha. Os dois, segundo as pesquisas AtlasIntel/O POVO, são os políticos mais bem avaliados pelo eleitor juazeirense. As urnas, no entanto, mostraram que a política não é uma ciência exata, confirmando a vitória de quem estava em lado oposto ao deles.