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Esporte como identidade
Reportagem

Esporte como identidade

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Fortaleza, 27 de outubro de 2024

Excelentíssimo senhor prefeito eleito,

Fortaleza é uma cidade complexa, e dentro de tais complexidades, o trabalho de um prefeito se transforma em gerir crises. Sempre foi assim. Dentro desse contexto, cada gestor luta para imprimir sua própria marca, como forma de garantir novos mandatos para lidar com novas e velhas adversidades.

Proponho outro exercício. Vamos ocupar a cidade: uma areninha por vez. Fortaleza cresceu desenfreadamente em busca de uma identidade. Por que não dar a cada bairro uma chance de mostrar que ele é a Meca de um
esporte diferente?

Ao dar protagonismo às areninhas, o senhor dará voz à população, à juventude. É um investimento relativamente barato para uma metrópole como a nossa e capaz de aglutinar o povo. Ruas movimentadas são ruas mais seguras. Jovens ocupados são jovens longe dos riscos que a sociedade atual oferece.

O programa das areninhas não pertence ao governo do Estado, às gestões anteriores ou mesmo à sua. Pertence ao público. E se a gestão que o senhor propõe é uma gestão com a cara da cidade, esse mesmo povo precisa se reconhecer nas atividades comuns do bairro.

Se cada areninha tiver uma identidade própria, cada espaço pode gerar uma oportunidade diferente: um esporte diferente, com craques para o futuro e professores de carteira assinada. Uma programação de lazer para diferentes públicos, que cresça junto à comunidade, até aquela política pública passar a funcionar todos os dias da semana, em todas as horas do dia.

É uma chance de Fortaleza ser múltipla. É uma oportunidade de criar craques e ocupar os equipamentos mais robustos da Prefeitura, como o estádio Presidente Vargas ou o ginásio Paulo Sarasate, que podem ser palcos de competições entre bairros.

Esporte é identidade, é pertencimento, é inclusão social. Poderia e deveria ser prioridade. Vamos olhar para o que deu certo e
fazer crescer.

É uma chance de mostrar que segurança pública se faz muito mais com a ocupação de espaços do que com guardas municipais com pistola em punho.

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