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Casa dos Relojoeiros: O semianalfabeto que criou o império dos óculos e relógios
Reportagem

Casa dos Relojoeiros: O semianalfabeto que criou o império dos óculos e relógios

João Araújo Sobrinho | O paraibano de nascença renasceu ao chegar em Fortaleza na adolescência. Seu esforço para ter um emprego o levou a ser especialista em relógios e a expandir a atuação para o setor óptico
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FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 27-09-2024: Legados, Casa dos Relojoeiros com João Araujo Sobrinho. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 27-09-2024: Legados, Casa dos Relojoeiros com João Araujo Sobrinho. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)
 

 

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Órfão de mãe antes dos dez anos, o fundador da Casa dos Relojoeiros, João Araújo Sobrinho, dela recorda o cuidado que tinha com a alimentação, já que na infância o seu biotipo era raquítico. 

Mesmo assim, o trabalho começou cedo, aos oito anos, no interior da Paraíba, para ajudar o pai, agricultor analfabeto, que trabalhava na roça. Nas lembranças, a seca e todas as dificuldades que vinham com ela. 

João Araújo Sobrinho fundou a Casa dos Relojoeiros em 1963 após ter passado por outras experiências no segmento(Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal João Araújo Sobrinho fundou a Casa dos Relojoeiros em 1963 após ter passado por outras experiências no segmento

Mas a força para poder sobreviver era maior. E levou o menino João a fazer de tudo. Catar algodão e feijão, limpar mato de enxada, quebrar milho e brocar, que é preparar a terra para o plantio. O que não poderia ficar pior... Ficou. Com o novo casamento do pai, um ano após a partida da sua mãe.

Os desentendimentos dentro de casa fizeram com que ele fosse morar com os tios, que resolveram se mudar para Fortaleza, no Ceará. Aí sim, uma esperança de dias melhores, que para ele representou um renascimento. Tentou emprego de cobrador, mas não deu certo. Sorte do varejo que o recebeu bem.

Por intermédio do tio, começou a trabalhar em uma relojoaria, no Centro de Fortaleza, como office boy. Também fazia de tudo. Limpeza da loja, varria calçada, limpava banheiro...

As primeiras lojas da Casa dos Relojoeiros foram no Centro da Cdade(Foto: Arquivo pessoal Casa dos Relojoeiros)
Foto: Arquivo pessoal Casa dos Relojoeiros As primeiras lojas da Casa dos Relojoeiros foram no Centro da Cdade

Porém, antes de empreender, trabalhou por quase dois anos em uma sorveteria, mas o trabalho era pesado para o seu porte físico. Voltou ao ramo, na Casa dos Relógios, e foi aprendendo sobre peças, consertos, vendas e pegando o jeito para lidar com o público.

Depois de três anos, resolveu empreender e criou, em 1963, a Casa dos Relojoeiros que expandiu ao longo dessas mais de seis décadas e, hoje, tem 10 lojas próprias e três lojas licenciadas, além de faturar mais de R$ 17 milhões por ano. 

Desde o retorno da pandemia, em 2021, a filha caçula Jamila, são quatro ao todo, assumiu a direção dos negócios e vem trazendo mudanças que seu João ainda está se adaptando, parte pelo "apego" a tudo que criou.

Desde 2021, na volta da pandemia, a filha caçula, Jamila, assumiu a direção da Casa dos Relojoeiros(Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Desde 2021, na volta da pandemia, a filha caçula, Jamila, assumiu a direção da Casa dos Relojoeiros

Entre as novidades estão a expansão do modelo de franquias, a nova marca CR Ótica, implantada no shopping Iguatemi, como loja boutique, e os novos canais digitais de vendas.

Mas seu João não parou. Trabalha meio período com o filho mais velho, Jansen, na Compasso Mídia Exterior, outra empresa que abriu ao longo da vida de empresário. Confira a entrevista que João Araújo concedeu ao O POVO em uma das lojas, no Avenida Shopping & Office. 

Quer ler a íntegra desta matéria? Veja em AQUI em Projeto Legados

 

 
 

 

Projeto Legados

Esta entrevista exclusiva com o fundador da Casa dos Relojoeiros, João Araújo Sobrinho, para O POVO encerra a quarta temporada do projeto Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios.

São seis entrevistas com grandes empresários para contar a base que sustenta seus princípios, valores e tradições familiares que estão sendo passados para as novas gerações. E, ainda, o legado empresarial para o Ceará.

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