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Quais são as opções para suceder Bolsonaro
Reportagem

Quais são as opções para suceder Bolsonaro

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Tipo Notícia

Outros nomes da direita se apresentam como alternativas para suceder Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral de 2026. Em maioria, governadores de estados onde o ex-mandatário tem mais força, como São Paulo, com Tarcísio de Freitas (Republicanos); Goiás, Ronaldo Caiado (União); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); e Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

O cientista político Rodrigo Prando avalia que esses são nomes que se credenciam para uma eventual disputa presidencial na impossibilidade de Bolsonaro, contudo ele lembra que são opções que "não se aliam ao radicalismo bolsonarista". Dentro dessa vertente, ele diz ser válido considerar a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) nesse cenário.

A coordenadora do Observatório da Extrema Direita, Isabela Kalil, reforça a presença de Michelle entre as alternativas de Bolsonaro para a chefia do Executivo federal. "Com ela, há também a força e a estratégia de fortalecer uma liderança feminina nesse campo do bolsonarismo".

O levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado na quarta-feira, 27, usou a ex-primeira-dama e Tarcísio de Freitas como opções. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Em um eventual 2º turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria tecnicamente empatado com Michelle e com o governador de São Paulo. O petista apresentou 34,2% das intenções de voto, enquanto a bolsonarista, 27,5%. Tarcísio teve 24,1% contra 34,7% de Lula.

Com Bolsonaro, o cenário se apresentou diferente. Embora empatados tecnicamente nos dois turnos, o ex-presidente aparece numericamente à frente do atual mandatário. Em 1º turno, Bolsonaro surgiu com 37,6% e Lula, com 33,6%. Já no 2º turno, eles computaram 43,7% e 41,9%, respectivamente.

Para Prando, o levantamento mostra que politicamente Bolsonaro continua tendo força, mas é importante situar que a pesquisa é referente a um contexto de dois anos de distância da eleição.

"Ele é muito parcial, muito fragmentado, porque, até lá, o Lula tem possibilidade do uso da máquina e o Bolsonaro provavelmente terá problemas sérios com a justiça dado histórico de tudo aquilo que ele fez ou que ele não fez durante seu governo".

Em meio à confiança dos apoiadores e a mobilização de Bolsonaro em convencê-los com sua retórica, Paula, do Lepem-UFC, entende que esse resultado mostra que "o apoio neste momento não necessariamente quer dizer que ele de fato está à frente das intenções de voto e vai permanecer daqui para 2026".

"O que nós estamos vendo é que os apoiadores da direita e do Bolsonaro estão mais mobilizados para se manifestar dentro dessa animosidade, desse acirramento da última semana, diante das evidências que têm sido apresentadas do envolvimento do ex-presidente no golpe".

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