Se o ambiente acadêmico já apresenta desafios, a inserção no mercado de trabalho pode ser ainda mais complexa para pessoas com deficiência. Para Lucas Vieira, estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará, muitas empresas não estão preparadas para receber PCDs.
"Para mim, que sou cego, os computadores das empresas nem sempre possuem os programas necessários ou não estão configurados corretamente", relata. Além disso, a automatização e os prazos rígidos do mercado nem sempre consideram as limitações enfrentadas por esses profissionais.
"Se o leitor de tela falha, a entrega de uma tarefa pode atrasar, e a pessoa pode ser penalizada por isso. O que falta é mais humanidade, mais empatia para enxergar as dificuldades do outro."
Já Vitória Rocha, estudante de Engenharia da Computação no Instituto Federal do Ceará (IFCE), a inserção no mercado de trabalho também pode ser mais complexa para pessoas com deficiência auditiva.
"Além das exigências técnicas, algumas empresas também esperam que o candidato seja oralizado, pois a equipe geralmente não conhece Libras. A responsabilidade da comunicação acaba recaindo apenas sobre a pessoa com deficiência, quando, na verdade, a empresa também deveria se adaptar", critica.