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Questões se estendem a universidades privadas
Reportagem

Questões se estendem a universidades privadas

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Tipo Notícia

A jovem Yanne Sibéria, 20, ficou paraplégica em 2020 após ser baleada pelo próprio pai, que atirou contra ela, seu irmão e sua mãe. O caso ganhou grande repercussão na época. Enquanto os dois se recuperaram, Yanne infelizmente perdeu o movimento das pernas.

Cinco anos após o ocorrido, ela agora é estudante de Direito na Universidade de Fortaleza (Unifor). A universitária destaca que, embora tenha uma boa infraestrutura em comparação com outras instituições, ainda há pontos na Unifor serem melhorados.

Segundo ela, um dos maiores problemas está nas rampas de acesso. "A inclinação é inadequada e o piso não tem antiderrapante. É perigoso até para quem anda", comenta. Yanne ainda destaca falhas nos banheiros, pois poucos têm o tamanho adequado ou apresentam portas que "abrem para dentro", o que dificulta a utilização.

Cadeirante, a aluna explica que precisa usar a força dos braços para se deslocar em sua cadeira de rodas e a má estrutura das áreas dificulta ainda mais a tarefa.

"O piso é horrível. Tem muitos buracos e ondulações, e eu já quase caí sozinha por causa disso", conta.

A questão do estacionamento também é um desafio constante. "O campus é gigantesco e o estacionamento dos alunos fica longe dos blocos. Já o estacionamento dos funcionários fica dentro do campus. Contudo, eles cobram mais de R$ 100 para fazer uma carteirinha que permite estacionar nesse local. Eu acho um absurdo ter que pagar para usufruir de um direito", critica.

De acordo com a Universidade de Fortaleza (Unifor), atualmente há cerca de 295 estudantes com algum tipo de deficiência matriculados na instituição.

Ao O POVO, a Unifor esclareceu ter criado, em 2017, o Plano de Ação para a Acessibilidade, com foco em adaptações estruturais no campus. Além disso, anualmente, as necessidades de intervenção e melhorias são incluídas no Plano de Investimento.

"O Complexo de Medicina Veterinária, sendo um projeto recente, já foi planejado conforme as diretrizes da Norma Brasileira NBR 9050, e as adequações nos edifícios mais antigos também seguem essa norma", disse.

Também informou que as vagas de estacionamento ficam próximas às salas de aula e laboratórios, facilitando o acesso aos alunos com deficiência. A Universidade disse também que utiliza pisos adequados nas áreas comuns para prevenir acidentes, e rampas e rebaixos nas calçadas garantem maior facilidade de circulação.

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