Passava das 13 horas quando a fumaça branca saiu da capela Sistina. A igreja tem um novo papa e está em festa pela eleição do cardeal Prevost como o novo pontífice. Aos 69 anos, Leão XIV foi eleito no segundo dia de conclave e com um “Pax vobiscum” — do latim “a paz esteja convosco”, se apresentou para o mundo e para os fiéis na Praça São Pedro, que aguardavam o anúncio “Habemus Papam”.
Na arquidiocese de Fortaleza a eleição do sucessor do papa Francisco, assim como em todo o mundo, foi recebida com o bater dos sinos em todas as igrejas. O arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão acompanhou a apresentação de Leão XIV ao mundo.
Em entrevista coletiva, o clérigo falou que o novo papa é verdadeiramente pastoralista e que o nome Leão XIV está no coração do pontífice porque de algum modo mostra uma continuidade de uma obra que ele deseja manifestar.
“Talvez pela encíclica de Leão XIII, “Rerum Novarum”, que fala sobre questões sociais e cuidado que devemos ter numa ação com os mais necessitados já manifesta o seu olhar sobre toda a humanidade porque a gente percebe que ele deseja fazer chegar a todas as pessoas uma presença de uma igreja que deve ser samaritana, para ajudar aqueles que mais necessitam”, disse.
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Ele destacou ainda que Leão XIV é agostiniano e que, a partir do que o novo papa disse sobre a simplicidade da palavra e gestos concretos e a sua tentativa de conter a sua emoção mostra que ele será um líder que ouve o coração.
“Cada palavra dita por ele manifesta tão somente o coração que deseja abrir as portas da igreja para acolher a todos como fez Jesus Cristo, e de um modo especial, proclamar a todos a verdade do evangelho, porque esse é o trabalho de todos os papas. Depois as lágrimas, ele tentou ali segurar o máximo a emoção, mas que a gente percebia que a vontade mesmo era a de chorar, mostra um homem que vai governar a igreja também pelo coração, deve ser um papa profundamente amoroso”, disse.
A eleição de Prevost como papa foi uma surpresa para todos, já que seu nome não estava entre os favoritos para a sucessão papal, ou como disse dom Gregório foi uma eleição muito interessante já que “muitos chegam ao conclave como papa e saem como cardeais”.
Dom Gregório relembrou ainda seu encontro com o cardeal Prevost durante a visita ad Limina – visita realizada a cada cinco anos ao Vaticano pelos bispos — e lembra que Prevost o acolheu da forma como se apresentou ao mundo, com um sorriso no rosto, com tranquilidade e sempre com uma palavra de apoio e alegria.
“Vi naquele momento que ele poderia ser um homem profundamente feliz por tudo aquilo que passou em sua vida como pastor, e de alguma forma, pelo seu trabalho com os bispos no dicastério, tem um coração feliz por estar com os irmãos e ajudá-los da melhor maneira possível”, relatou.
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“Acredito muito que o papa Leão XIV dará à igreja um rosto jovial, e por ter vivido na América Latina, o pontífice vai querer mostrar esse rosto jovem, alegre e encantador de toda a igreja, pela presença daqueles que são mais jovens que sempre nos encantam”, disse.
O novo papa, por assim dizer, representa pelo menos três continentes. Por nascimento na América do Norte, por trabalho na América do Sul e na Europa. É intelectual, poliglota e tem boas relações com todos os continentes. Fez um discurso simples, não usou palavras difíceis e, como um agostiniano, falou pelo coração.