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1º lugar no Festival da Juventude, os Garotos da Capital falam de sonhos e projetos
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1º lugar no Festival da Juventude, os Garotos da Capital falam de sonhos e projetos

Vencedora do Festival de Música da Juventude 2024, a banda Garotos da Capital fala sobre a formação do grupo, momentos marcantes e sonhos a serem realizados
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Conheça os Garotos da Capital, banda da cena musical independente de Fortaleza (Foto: Iago Barreto/Divulgação)
Foto: Iago Barreto/Divulgação Conheça os Garotos da Capital, banda da cena musical independente de Fortaleza

Na tarde seguinte, após a noite que consagrou a banda de rock Garotos da Capital como vencedores do Festival de Música da Juventude 2024, a "ficha" de que eles tinham ganhado não havia caído ainda para os integrantes do grupo. Como Madson Oliveira, vocalista e guitarrista, define, foi uma final "muito acirrada".

Mas até chegarem ao momento de consagração como primeiro lugar da competição que projeta jovens talentos da cultura musical de Fortaleza, alguns capítulos com pontos importantes da trajetória da banda foram escritos — sendo o primeiro deles a sua formação.

Ela não se manteve sem alteração desde sua criação em 2016, alguns músicos entraram e outras saíram, porém Jullio Santos, também vocalista e guitarrista, e Caio Lima, baixista, estão desde o início. Eles já se conheciam dos tempos de escola e se apoiavam enquanto músicos e, como o guitarrista precisava de alguém para o baixo, se tornou um "match" perfeito.

O baterista dos Garotos da Capital, Carlos Radmés, não era alguém do círculo de amigos deles, mas o talento chamou a atenção mesmo à distância. "Conhecemos Radmés no YouTube. Ele tinha um canal tocando bateria e mandamos mensagem para marcar o ensaio", conta Jullio.

"Quando foi feito o convite, eu de cara topei. No primeiro ensaio, já rolou muito a identificação com os estilos de música e tudo começou a funcionar muito bem", relembra o baterista, sendo acompanhado em seguida pelo vocalista:

"O Radmés ajudou muito a banda nesse início, porque não tínhamos nenhuma referência de estúdio, de produção musical e ele já tinha".

A banda, no entanto, ainda não estava em sua formação atual. Madson, o outro guitarrista e vocalista, participava dos shows que aconteciam, mas como um integrante da plateia e amigo deles. O convite para se tornar parte do grupo veio em 2019, quando outro integrante deixou o grupo.

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"Estávamos em um rolê. Na verdade, eu não estava com eles, estava com um outro grupo de amigos em um rolê na Gentilândia e aí encontrei com eles. O Caio, em específico, chegou em mim e perguntou: 'O que tu acharia se a gente chamasse tu para entrar na banda?'".

Madson precisou de uma nova afirmativa do baixista, que explicou que ainda não havia conversado com os outros integrantes sobre, mas gostaria de saber a opinião dele. "Eu falei: 'Seria uma honra, irmão. Curto muito o som de vocês'".

Mas 2019 não foi marcado apenas pela entrada do novo guitarrista. Desde que seu primeiro trabalho autoral foi lançado em 2017, o grupo foi, aos poucos, conquistando seu espaço, realizando apresentações e lançando outros projetos.

Naquele ano, antes da entrada de Madson, a banda participou pela primeira vez do Festival de Música da Juventude. Eles também ficaram entre os finalistas, em quarto lugar no ranking. A posição, no entanto, não diminui a importância que a noite do evento teve para os garotos.

"A final foi no Aterrinho da Praia de Iracema e eram seis finalistas. Tocou Selvagens [à procura de lei] e o RAPadura. Quando subimos no palco, vimos aquele mar de gente — tava muito lotado e nunca tínhamos tocado para tanta gente até então —-, senti um frio e bateu com intensidade", memora Jullio e Radmés concorda com a importância do momento.

E o vocalista continua: "Naquele momento, tive certeza que se pudesse escolher uma coisa para minha vida, seria isso [carreira musical]".

Para Madson, a segunda vez que os Garotos da Capital participaram do Festival, em 2022 — e marcou sua primeira vez no concurso —, foi o seu momento mais marcante na banda. Apesar de não terem ficado entre os finalistas, eles tocaram no polo do Conjunto Ceará com a presença de pessoas próximas na plateia.

"Ter tocado e visto vários amigos nossos ali na frente curtindo o som e nossos familiares me emocionou muito. Foi a primeira vez que meus pais conseguiram ver um show meu e chegar em casa e eles falarem 'Cara, tocou muito. O show foi muito bom', deixou os olhos cheios de lágrimas", compartilha.

A terceira participação no Festival, que lhes rendeu a vitória, ainda está sendo digerida, mas com o sentimento de gratificação é grande. "Estávamos concorrendo com dois artistas muito bons. Queria falar da Yayá Villas Boas, porque [ela] canta muito. Segurou um show sozinha no palco, com um mar de gente assistindo ela. Ter ganhado concorrendo com essa galera foi gratificante", pontua Madson. Iaiá do Vovô ocuparam a terceira colocação no festival.

A vitória proporcionará a realização de dois sonhos. O primeiro deles é o show que acontecerá na famosa casa de shows Circo Voador, localizada no Rio de Janeiro. "Todos os meus [ídolos] tocaram naquele palco, todos sem exceção. E tocar naquele palco sagrado vai ser um sonho realizado", revela Jullio.

O outro será a gravação do primeiro disco da banda. "Sempre quisemos ter, mas nunca deu certo, por questões financeiras. Mas com o prêmio e com coisas que já havíamos feito nos últimos anos, poderemos realizar", conclui o vocalista.

Esses são apenas dois dos vários planos que os integrantes têm para a carreira do grupo, que eles compartilham pelas redes sociais com seus seguidores. Enquanto o primeiro álbum não é lançado, eles recomendam escutar a música "Carnaval", para começar a conhecer o trabalho deles.

"É aquela música que quando tocamos o show, normalmente encerramos o show com ela, ele encerra lá em cima, com todo mundo extasiado. Não tem como pôr uma música depois dela, porque o show não tem nenhuma igual a ela", sustenta.

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